Novo método de distinguir infeções víricas de bacterianas
Uma equipa de investigadores está a desenvolver uma nova ferramenta para ajudar os médicos a distinguirem entre infeções víricas e bacterianas.
Desenvolvido por uma equipa de investigadores do Centro Clínico da Universidade de Rochester, EUA, o novo instrumento irá permitir aos médicos determinarem que pacientes necessitam mesmo de antibióticos, evitando assim que os prescrevam a quem não necessita dos mesmos.
No âmbito de um estudo que integrou um desafio norte-americano para diagnosticar a resistência microbiana (“Antimicrobial Resistance Diagnostic Challenge”), os investigadores descobriram 11 marcadores genéticos no sangue que permitem uma distinção fidedigna entre as infeções víricas e bacterianas.
O achado é muito relevante, pois atualmente não existe uma forma exata de confirmar as infeções bacterianas, sendo que os médicos muitas vezes acabam por prescrever um antibiótico desnecessariamente. Como se sabe, os antibióticos não são eficazes no tratamento de viroses e, como tal, não devem ser usados nesses casos.
Para o estudo, a equipa recrutou um grupo de 94 pacientes hospitalizados com infeções no trato respiratório inferior. Foram recolhidos dados clínicos, amostras de sangue e efetuados vários testes microbiológicos aos pacientes para identificar os que tinham uma infeção bacteriana (41 pacientes) e os que tinham uma virose (53).
Foram conduzidas análises estatísticas e genéticas complexas para identificar marcadores sanguíneos que pudessem identificar corretamente os pacientes com infeções bacterianas em 80% a 90% das vezes.
Thomas Mariani, também investigador neste estudo, recordou que os nossos genes reagem de forma diferente a vírus e a bactérias, sendo que em vez de tentarem identificar o organismo específico que tinha causado a doença no paciente, os cientistas usaram dados genéticos para determinarem o que estava a afetar o paciente.
Ann. Falsey, médica e autora principal do estudo confirma que “é extremamente difícil interpretar o que causa uma infeção no trato respiratório, especialmente em pacientes muito doentes que chegam ao hospital com febre alta, tosse, falta de ar e outros sintomas preocupantes”.
“O meu objetivo é desenvolver uma ferramenta que os médicos possam utilizar para descartar uma infeção bacteriana com certezas suficientes, de forma a que fiquem tranquilos. E que também deixem os pacientes tranquilos pelo facto de não receberem um antibiótico”, explicou a investigadora.
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