Num momento em que o medo e a apreensão surgem junto da comunidade em geral acerca da epidemia do Ébola, heis que surge o relato de um enfermeiro que cuida diariamente da auxiliar de enfermagem que contraiu este vírus em Espanha.
Numa publicação do jornal Espanhol “El Pais”, Manuel Torres, um dos enfermeiros que integra a equipa destacada para cuidar e assistir Teresa Romero, descreve como é o dia a dia da equipa, os seus medos e motivações.
Manuel Torres refere que já houve “baixas” na equipa devido à pressão dos familiares mas que o grupo, inicialmente nove, também tem sido reforçado sendo agora de doze elementos!
Deixo aqui um excerto deste excelente artigo já traduzido.
A equipa vai para casa no final de cada dia, física e mentalmente exausta; pensando no momento em que tocaram o sangue de Romero com três pares de luvas; recordando passo a passo o momento em que eles eles tiraram a roupa, enquanto um parceiro lhes dizia através de um microfone o que tinha que fazer. Demora 40 minutos para retirá-lo, ele tinha dez minutos de receber o tempo de treinamento para aprender a viver com esse fato e descartá-lo de forma não contaminada. O stress é tão grande e tão perigoso, neste caso, que a desde quarta-feira que a equipa recebe terapia psicológica grupo. “Eu estive 38 anos nisso, e eu comecei com pacientes com Sida” diz Torres, que já participou do primeiro missionário repatriado com Ebola. Mas não é fácil agir com “sangue frio” quando se está “desesperado” para remover um fato a 50 graus.
Veja o artigo na integra aqui (Link)