Herbicida usado para fins agrícolas poderá provocar cancro
A Organização Mundial de Saúde, através da Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro [IARC], declarou o glifosato (o herbicida mais vendido em Portugal) como “carcinogénio provável para o ser humano”, alerta um comunicado das organizações da Plataforma Transgénicos Fora, que reúne 11 entidades não-governamentais das áreas do ambiente e agricultura.
Esta classificação significa que “existem evidências suficientes de que o glifosato causa cancro em animais de laboratório e que existem também provas diretas para o mesmo efeito em seres humanos, embora mais limitadas”, alerta a Plataforma.
Um dos impactos identificados pela IARC foi a relação entre a exposição ao glifosato e o Linfoma não Hodgkin (LNH) – o 9.º cancro mais frequente em Portugal. Entre 41 países europeus, Portugal apresenta uma taxa de mortalidade superior à média da União Europeia, sendo o sétimo país onde mais se morre desta doença.
Se pensarmos que em Portugal, em 2012, foram aplicadas para fins agrícolas mais de 1.400 toneladas de glifosato, verificamos como esta situação é alarmante.
As populações estão também expostas ao glifosato através de produtos domésticos e de limpeza. Aparentemente, este herbicida é usado por quase todas as autarquias para limpeza de arruamentos.
Apenas oito freguesias e quatro câmaras aderiram até agora à iniciativa “Autarquias Sem Glifosato”, promovida pela Plataforma Transgénicos Fora no ano passado.
As organizações ambientalistas e da agricultura defendem que terão de ser os governos ou as entidades internacionais a avançar com medidas para proteger os cidadãos.
“Considerando que, este ano, o glifosato está em processo de reavaliação na União Europeia, impõe-se a coragem de proibir o seu uso antes que as consequências se agravem”, adverte a Plataforma.
Fonte: Banco da Saúde