Portugueses pagam cada vez mais para aceder à Saúde
Conclusão é avançada pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde.
Portugal gasta cada vez menos com o sector da saúde. Tem uma das mais baixas despesas por habitante da União Europeia, conclui o relatório de Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS).
Em contrapartida, as chamadas despesas “out-of-pocket”, aquelas que cada um dos utentes paga, têm vindo a aumentar. Os gastos de quem precisa de aceder aos serviços subiu por via do aumento das taxas moderadoras, da alteração das comparticipações, dos transportes, da redução das consultas nos cuidados primários e até pela alteração das despesas dedutíveis no IRS.
O relatório de Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde indica que houve uma diminuição constante do número de consultas nos cuidados primários, o que se verifica desde 2008.
Há também uma contínua redução de camas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, ao mesmo tempo, um aumento de camas nos hospitais privados.
Por outro lado, as camas da rede de cuidados continuados estão longe de ser suficientes para as necessidades, mas o pior é que as equipas que prestam cuidados domiciliários continuam a estar subocupadas. A situação verifica-se em todo o país, mas é mais grave no Centro, onde a referenciação para este tipo de apoio a doentes ronda os 40%.
A rede nacional de cuidados de saúde mental tarda em avançar, adverte o relatório do OPSS. Fecharam-se hospitais psiquiátricos, mas não se criaram as correspondentes respostas na comunidade. Portugal é o país da União Europeia que menos investe na saúde mental, apesar de ter das mais altas taxas do mundo.
Pela positiva, o Observatório dos Sistemas de Saúde destaca o aumento da taxa de penetração dos genéricos, que fez baixar o custo dos medicamentos.
Fonte: Renascença