EmpregoSaúde e bem-estar

A prova: folgas (e feriados) aumentam a produtividade

Um dos primeiros empregos de Jackie depois de se licenciar exigia-lhe estar contactável 24 horas por dia, sete dias por semana. Esse horário pôs à prova a sua capacidade de deixar o trabalho no escritório e entregar-se completamente ao resto da sua vida.

Também John passava tanto tempo no seu trabalho de consultoria que os horários frenéticos entre serviço e viagens o obrigaram a pensar seriamente sobre a maneira de guardar tempo para si mesmo – “picar o ponto” de saída e criar momentos de descanso para recarregar baterias.

Muitos trabalhadores modernos têm dificuldade em tirar tempo de folga. A ideia de deixar o trabalho no escritório parece estranha num mundo de smartphones, computadores portáteis e empresas globais em funcionamento contínuo, com empregados de Hoboken a Hong Kong. Porém, desenhar linhas mais claras entre trabalho e tempo de folga (família, amigos, atividades extra e o velhinho sonhar acordado) tem claros benefícios para a produtividade e bem-estar. Há um lado positivo no tempo de inatividade.

Por um lado, criar o espaço de descanso aumenta a produtividade. Sujeitos a pesadas cargas de trabalho e listas intermináveis de afazeres, é fácil enterrar a cabeça na secretária e entregarmo-nos às tarefas, achando que não temos tempo para dias de folga, noites livres ou férias de uma semana. Porém, trabalhar demasiado e sem intervalos pode tornar-nos menos produtivos e menos concentrados. Uma experiência conduzida no Boston Consulting Group, por exemplo, revela que forçar os empregados a tirar dias, noites ou longos períodos de folga, na verdade, aumentava a produtividade. Outros estudos mostram que períodos curtos de descanso, como sestas à tarde, podem restaurar a concentração e a energia. Tirar tempo para sair dos pormenores e ter uma visão do quadro global também pode ajudar-nos a compreender melhor o objetivo e as prioridades das nossas tarefas. Como escreveu Tony Schwartz, “os seres humanos têm melhor desempenho e são mais produtivos quando alternam períodos de concentração intensa com momentos de renovação intermitente”.

Do mesmo modo, recorrer a tempo de descanso, seja planeado ou não, liberta a criatividade. A 3M é uma das empresas mais inovadoras da história e, para alimentar o seu motor de inovação, introduziu, em 1948, o sistema “15% de tempo” – concedendo aos empregados 15% de tempo livre para cuidarem dos seus próprios projetos, uma prática que tem sido imitada por empresas como a Google. Jonah Lehrer escreveu para o The New Yorker acerca das virtudes de sonhar acordado e, no seu livro Imagine, salienta a necessidade de tempo livre para resolver problemas, afirmando: “Embora geralmente se considere que a melhor maneira de resolver um problema é concentrar-se imparavelmente nele, este estado mental tem um custo oculto: inibe o género de conexões criativas que levam a grandes avanços.”

Finalmente, o tempo livre pode melhorar a saúde mental e física e as nossas relações pessoais. Um estudo descobriu que os empregados que desligavam e tiravam tempo livre reduziam seriamente problemas de saúde, como a doença coronária. Victor Lipman escreveu na Forbes que fazer exercício a meio do dia pode ajudar a reduzir o stresse no local de trabalho. Como John escreveu anteriormente, apenas seis minutos de leitura podem reduzir o stresse em 68%. John Tierney e Ron Baumeister afirmam em Willpower que intervalos a meio do dia revitalizam a força de vontade, melhoram a capacidade crítica e a tomada de decisões à tarde. E, como já escrevemos, tirar tempo livre no trabalho para nos concentrarmos na família ou nos amigos pode, sem dúvida, melhorar os relacionamentos. O tempo livre é essencial para a saúde mental, física e social.

Assim sendo, como aproveitar melhor o tempo livre? Eis algumas sugestões que podem ajudar.

1. Agende claramente o seu tempo: Tal como agenda uma reunião e cumpre o horário, agende também serões livres um ou dois dias por semana e períodos de férias de uma semana todos os anos. Desligue, e cumpra.

2. Permita-se tempo livre não planeado quando precisar: A sede da Google tem uma sala de jogos e uma de massagens. Um dos antigos empregadores de John tinha máquinas de jogos e um café dentro das instalações, além de pitorescos trilhos de caminhada. Quando se sentir atolado num problema, frustrado ou simplesmente cansado, tire dez minutos para caminhar, ler algo que não seja por obrigação ou tomar café com um amigo, para clarificar a mente.

3. Desligue o smartphone: Estar constantemente ligado, por exemplo com o smartphone, é um fator de stresse. Deixe o portátil no escritório quando for possível. Tenha dois telefones – um de trabalho e outro pessoal – e deixe o profissional na pasta quando voltar para casa ou no cofre do hotel quando estiver de férias. Se o seu trabalho lhe exigir estar sempre contactável, “desligue” o telemóvel mentalmente até este tocar. Arranje maneira de criar fronteiras claras entre o trabalho e a vida.

4. Liberte a sua memória RAM: Em Getting Things Done, David Allen afirma que ter tarefas em mente é como usar a memória RAM dos nossos computadores pessoais, porque a nossa memória a curto prazo tem uma capacidade limitada. Em vez de passar o dia com uma sobrecarga mental, distraído por aqueles afazeres que vão surgindo, é melhor manter uma lista organizada e dossiês contendo todas as tarefas que ocupam espaço mental. Sentir-se organizado permite tempo livre, sem preocupações.

5. Crie rituais e rotinas: Os cientistas recomendam há muito que se desenvolvam rotinas para dormir melhor, e muitos profissionais, como Stephen King, têm rituais que os preparam para o trabalho. Crie rituais e rotinas que indiquem ao seu cérebro que está na hora de começar a trabalhar, sair do trabalho, meditar ou estar com a família.

Pode ser difícil arranjar tempo para descansar num mundo 24/7. Mas é precisamente este caos que exige ao trabalhador do conhecimento do século vinte e um que seja mais vigilante que nunca no cultivo da disciplina para usar o tempo de folga quando o momento o exigir. Tal como é saudável concentrar-se no trabalho – ignorando o Facebook e ou email pessoal – é essencial, de vez em quando, deixar o trabalho para trás e arranjar espaço para a vida.

Jackie Coleman é ex-consultora de casamentos e atual conselheira para a Educação no estado da Georgia. John Coleman, seu marido, é coautor dePassion & Purpose: Stories From the Best and Brightest Young Business Leaders. Siga-o no Twitter.

Texto originalmente publicado em fevereiro de 2013

Fonte: Dinheiro Vivo

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