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Reanimação cardíaca: por quanto tempo deve ser feita?

Uma das questões mais difíceis para uma equipe médica é decidir por quanto tempo o paciente internado, que sofre uma parada cardíaca, deve ser reanimado.

Em recente estudo com 64 mil pacientes internados em diversos hospitais dos Estados Unidos, pesquisadores americanos se surpreenderam com os resultados encontrados, que contrariam os da prática médica convencional, que prefere não realizar a reanimação cardíaca por muito tempo em pacientes internados. A alegação é que seria inútil, já que estes pacientes possuem doenças de base muito graves e, geralmente, irão apresentar sérias consequências neurológicas após muito tempo de reanimação.

Publicado na revista médica The Lancet, o estudo “Taxa de sobrevivência após parada cardíaca de acordo com a duração dos esforços de ressuscitação cardiorrespiratória no ambiente hospitalar” (em tradução livre) foi considerado um dos maiores de seu tipo e um dos pioneiros em relacionar a duração dos esforços de reanimação aos índices de sobrevivência.

De acordo com o Dr. Marcelo Franken, cardiologista e coordenador da Unidade Coronariana do Einstein, a decisão de quanto tempo o paciente vai ser reanimado é baseada em inúmeros fatores, como o prognóstico, o grau de dependência, a doença de base, e se foi observado algum tipo de resposta do paciente no momento da reanimação.

“O estudo é observacional, ou seja, pode levantar hipóteses do que acontece na prática médica, mas em nenhum momento afirma que é melhor reanimar mais tempo ou menos tempo. Não existem, porém, uma fórmula, um número exato para ser seguido, mas algo em torno de 20 minutos é um tempo mínimo considerável para tentar a reanimação do paciente”, afirma o médico.

Como é feita a reanimação cardíaca?

É um conjunto de procedimentos realizado para “substituir” a função do coração, juntamente com as medidas que visam à reversão da parada cardíaca. É uma tentativa de manter o sangue circulando, principalmente com o fluxo sanguíneo cerebral, até que o coração volte a bater. E isso é feito basicamente com compressões torácicas (conhecidas por compressões cardíacas) no centro do osso externo, e essas compressões devem manter uma frequência de no mínimo 100 por minuto.

Entenda o estudo

Médicos pesquisadores recolheram dados do maior registro mundial de paradas cardíacas sofridas em hospitais americanos, mantido pela Associação Americana do Coração, que identificou em torno de 64 mil pacientes internados que sofreram paradas cardíacas, em 435 hospitais dos Estados Unidos, entre os anos de 2000 e 2008.

Foram examinados pacientes adultos, tanto em leitos comuns quanto em unidades de terapia intensiva, excluindo os que estavam em pronto atendimento e os que sofreram paradas cardíacas durante procedimentos médicos.

Os pesquisadores observaram a duração média das reanimações feitas em pacientes que não sobreviveram para verificar a prática dos hospitais de esforços mais prolongados de reanimação.

Resultados

O primeiro elemento surpresa foi uma significativa variação na duração das manobras de reanimação cardiorrespiratória nos diferentes hospitais: entre 16 minutos, menos tempo, e 25 minutos, maior tempo, uma diferença de mais de 50%.

Outro dado que descobriram foi que os minutos a mais fizeram uma diferença positiva – pacientes que passaram por uma reanimação cardiorrespiratória por mais tempo tiveram 12% mais chances de sobreviver e ter alta do hospital do que os submetidos a menos tempo de reanimação.

Para o Dr. Flavio Marques, cardiologista do Einstein, o estudo sugere que vale a pena investir um pouco mais no tempo de ressuscitação do paciente. E que os resultados devem alertar os hospitais a rever suas práticas e a considerar a possibilidade de agir de outro modo, caso as manobras de reanimação não tenham surtido efeito inicialmente.

“Ninguém sabe, exatamente, por quanto tempo deve ser feito uma reanimação cardíaca, não existem diretrizes, não existem trabalhos que mensurem o tempo exato. O importante é que quanto mais rápido sejam iniciadas as manobras de ressuscitação e quanto menos tempo elas durem, isso tende a diminuir os riscos de sequelas neurológicas no paciente. Cada minuto sem atendimento após uma parada cardíaca representa cerca de 10% a menos de chance de sobrevida”, explica o cardiologista.

“Uma reanimação adequada e bem-feita diminui as chances de sequelas neurológicas, sendo a perda da capacidade cognitiva a mais comum. Quanto maior o tempo de reanimação, maiores são as chances de sequelas. Em contrapartida, quanto maior o tempo sem reanimação (em que não é detectada a parada cardíaca), maiores ficam as chances de sequelas”, finaliza o Dr. Franken.

Para ler o estudo na íntegra, clique aqui

Fonte: einstein.br

Veja aqui as novas Guidelines para a reanimação cardio pulmonar (LINK)

 

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