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Ventilação Mecânica – Cuidados de Enfermagem

A ventilação mecânica é, essencialmente, um processo que substitui a totalidade ou parte da acção dos músculos inspiratórios, bem como o controlo neuronal da respiração. Dois tipos básicos de ciclos respiratórios podem ser definidos.

No primeiro tipo, o ventilador “controla” toda a fase inspiratória, ou totalmente substitui o esforço muscular respiratório e controlo neural do paciente. Este ciclo é referido como um ciclo de “controlado”.

No segundo tipo, a ventilador só ajuda os músculos inspiratórios  que estão ativos e é referido como um ciclo de “assistido”. Alguns autores usam o termo “ciclo espontâneo” para se referir ao que ocorre durante o fornecimento de pressão de suporte (PS). Em vez disso, o termo “assistido” é usado aqui para designar o segundo tipo de ciclo, de modo a ser consistente com a definição acima. O termo “ciclo espontâneo” é usado aqui apenas para respiração fisiológica.

Insuficiência Respiratória: É a incapacidade do aparelho respiratório de atender às necessidades do organismo no que se refere ao fornecimento de OXIGÊNIO (O2) e à remoção do Dióxido de carbono (CO2) produzido.

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Para haver troca gasosa é necessário que as vias aéreas estejam permeáveis.

Assistência ventilatória: Conjunto de procedimentos (de complexidade variável), capazes de permitir, facilitar ou garantir o livre trânsito (entrada e saída) de gases nos pulmões, criando condições para que a troca gasosa seja realizada.

Vias aéreas artificiais: São os equipamentos aplicados no interior das vias aéreas naturais, com a finalidade de manter ou facilitar o fluxo de gases para dentro e para fora dos pulmões. São equipamentos que entram em contato direto com a mucosa do aparelho respiratório e, portanto devem ser pouco irritantes.

Finalidades

  • Manter as vias aéreas permeáveis.
  • Manter a separação entre a via aérea e a via digestiva.
  • Permitir a remoção das secreções.
  • Permitir a administração de aerossóis.
  • Permitir a utilização dos respiradores.

 

Quando está indicada a assistência respiratória

  • Apneias recorrentes sem melhora com CPAP nasal.
  • PaO2 < 50mmhg ou saturação < 90% em CPAP (60-80%).
  • PACO2 > 60mmhg associado  a PH < 7,25.
  • Fadiga respiratória.
  • Pós operatório de grandes cirurgias.
  • Instabilidade da hemodinâmica em pacientes criticamente doentes.
  • Corrigir Hipoxemia, diminuir o trabalho respiratório, reexpandir e evitar aparecimento de áreas de atelectasia pulmonar.

 

Observação:

As decisões para instituir a VPM devem se pensar nos riscos/benefícios.

Não se deve somente utilizar valores gasométricos.

Conhecer a fisiopatologia do paciente é de suma importância.

VIAS AÉREAS ARTIFICIAIS:

Métodos Não invasivos:

– Cânula orofaríngea (Guedel)

– Cânula nasofaríngea

– Máscara laríngea

Métodos Invasivos:

– EPI: capote, gorro, óculos, luvas.

– Tubos traqueais

– Tubos de traqueostomia

ENTUBAÇÃO TRAQUEAL

Indicações:

– Manter as vias aéreas permeáveis;

– Vedar (selar) as vias aéreas, separando-as da via digestiva;

– Permitir o uso de respiradores mecânicos;

– Facilitar a remoção das secreções;

– Facilitar a administração de medicamentos.

Material para entubação traqueal

– Laringoscópio.

– Tubo traqueal, guia para tubo, conexões.

– Ambú, máscara, fonte de O2.

– Medicação para sedação/relaxamento muscular.

– Material para aspiração secreções.

Quando fazer a aspiração das vias aéreas?

– Sempre que houver secreção em vias aéreas;

– quando houver ruído no tubo/cânula traqueal;

– quando houver secreção visível;

– quando à ausculta houver evidências de ruídos por secreção;

– quando houver redução da saturação percutânea;

– quando o respirador acusar pressão > que 50 cmH 2O na ausência de patologia que justifique;

– pacientes que retém secreção (pós-op);

– VAS de 4/4 h em pacientes intubados.

Cuidados durante a aspiração

  • Tempo do procedimento é crítico
  • Manter a técnica asséptica
  • Nos pacientes submetidos a PEEP elevada, usar o sistema fechado.

Ver mais em “11 COISAS QUE DEVEM SER LEMBRADAS DURANTE A ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS

 

Recomendações Gerais:

– Fornecer 3 minutos de O2 a 100% antes e após a aspiração

– Ao desconectar do respirador, controlar obrigatoriamente o tempo de aspiração (15 a 20 segundos)

– No caso do sistema aberto usar rigorosa técnica asséptica, com sondas de calibre até 12 fr., lembrando que o calibre da sonda não deve ser maior do que um terço do calibre do tubo, para não competir no sequestro da oferta de oxigênio

– Quando usar filtro como método de umidificação, protegê-lo no momento da desconexão do respirador;

– Paciente com taquicardia, taquipnéia, sudorese, saturação de O2 menor de 90, com FiO2 maior de 0,4 precisa ser avaliado quanto ao acúmulo de secreção, mesmo que não tenha disparado o alarme de alta pressão do respirador;

– Sempre que o alarme de alta pressão do respirador disparar, considerar a existência de secreção, dobra do circuito, broncoespasmo.

– Aspirar VAS sempre antes das VAI para evitar o extravasamento de secreções acumuladas ao redor do balonete para as vias aéreas inferiores;

– O cuff deverá permanecer insuflado e a pressão deverá ser a menor possível de modo a permitir a liberação de volumes correntes adequados e evitar a aspiração pulmonar;

– Comumente a pressão é mantida acima de 20 e abaixo de 25 cm de H2O, porém com a intubação a longo prazo pressões maiores podem ser necessárias para o selamento adequado

– A pressão do cuff deve ser monitorada de forma intermitente;

– A sonda de aspiração deve ser introduzida fechada e retirada aspirando em movimentos circulares;

– A cabeceira do paciente em cuidados intensivos deve estar a 30 ou 45 graus, caso não haja contra- indicação específica;

– A higiene oral deverá ser realizada pelo menos de 4 em 4 horas em pacientes intubados.

A atuação da enfermagem na ventilação mecânica é intensa, extensa e complexa. Na tentativa de se propor um eixo norteador da prática de enfermagem na ventilação mecânica, é importante que a enfermagem saiba relacionar e executar os cuidados descritos a seguir:

– Vigilância constante

– Controle de sinais vitais e monitorização cardiovascular

– Monitorização de trocas gasosas e padrão respiratório

– Observação dos sinais neurológicos

– Aspiração de secreções pulmonares

– Observação dos sinais de hiperinsuflação

– Higiene oral, troca de fixação do TOT/TQT, mobilização do TOT

– Controle da pressão do cuff

– Monitorização do balanço hidroeletrolítico e peso corporal

– Controlo nutricional

– Umidificação e aquecimento do gás inalado

– Observação do circuito do ventilador

– Observação dos alarmes do ventilador

– Nível de sedação do paciente e de bloqueio neuromuscular

– Observação do sincronismo entre o paciente e a máquina

– Orientação de exercícios

– Preenchimento dos formulários de controle

– Apoio emocional ao paciente

– Controle de infecção

– Desmame

Fonte: xlung.net

 

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