35 horas. Ministro diz que SNS vai precisar de mais 1500 enfermeiros e 800 auxiliares

Passagem às 35 horas semanais vai custar mais 27 milhões de euros este ano

O SNS vai precisar de contratar mais 1500 a 1700 enfermeiros e 800 a 1000 assistentes operacionais por causa da passagem às 35 horas semanais a partir de junho, revelou o ministro Adalberto Campos Fernandes esta quarta-feira, na comissão de saúde.

Na audição de discussão do Orçamento do Estado, o ministro já tinha dito que tinha uma almofada de 35 milhões de euros para a necessidade de eventuais contratações.

“Estimamos que a aplicação, no segundo semestre, das 35 horas semanais levará à necessidade potencial de mais 1500 a 1700 enfermeiros e 800 a 1000 assistentes operacionais, levando a custos de 27 milhões de euros”, adiantou o ministro.

Sobre as contas do SNS e aumento das dívidas, Adalberto Campos Fernandes lembrou que “a dívida total do SNS no final de 2015 era de dois mil milhões” de euros. “É importante estabelecer metas, mas também lembrar o ponto de partida”, afirmou o ministro, esclarecendo que o défice mensal registado até ao momento é inferior ao estimado.

“Estimamos terminar o ano com o saldo negativo de 179 milhões de euros. Dividido por 12 meses dá menos 15 milhões de euros por mês. Nos dois primeiros meses (juntos) o resultado é de menos 20 milhões de euros”, afirmou, esclarecendo sobre o aumento da dívida dos hospitais que deu indicação a estes “que, tendo financiamento, não devem atrasar o pagamento das dívidas”.

Questionado sobre o recurso às empresas de prestação de serviços médicos, Adalberto Campos Fernandes disse não concordar com esta forma de contratação. “Não considero positivo o modelo de empresa na saúde e na forma como elas expressam e veiculam as ofertas de trabalho. Foram dadas indicações que privilegiem a contratação direta com contratação para os quadros, a termo ou prestações de serviços. Continuaremos a fazer a apologia para a contratação direta e a vigilância das empresas. Podem ter utilidade em situações sazonais e picos de procura e devem reorientar a sua oferta para este tipo de resposta”, defendeu.

Fonte: DN