Saúde e bem-estar

Qual a temperatura mais baixa que o ser humano pode suportar?

É do tipo de pessoa que não consegue entender como o seu amigo consegue sair de bermudas e t-shirt numa manhã fria, enquanto você está coberto da cabeça aos pés? Então, certamente, já deve ter pensado por que isso acontece e qual é a menor temperatura que conseguimos suportar.

A capacidade de aguentar baixas temperaturas varia de um organismo para o outro e leva em conta algumas características físicas e o «treino» que o corpo acaba por ser exposto à medida que passa a viver em temperaturas constantemente baixas.

Além disso, existem dois outros factores: vento e tempo de exposição. No seu livro «A vida no limite — a ciência da sobrevivência», a escritora francesa Frances M. Ashcroft afirma que num local sem ventos, uma pessoa adequadamente vestida consegue sobreviver a uma temperatura de até -29ºC. Agora, se o vento for de 16km/h, a temperatura cai para -44º e a pele congelaria em um ou dois minutos. Se o vento fosse de 40 km/h, a temperatura seria equivalente a -66ºC, congelando-a em menos de 30 segundos.

Isso acontece porque quanto maior a velocidade do vento, maior será o calor retirado da superfície da pele. Portanto, maior sensação de frio e maior dificuldade do corpo manter-se aquecido.

Para o cientista John Castellani, do Instituto de Pesquisa do Exército dos EUA, quando a temperatura chega a -27ºC, a possibilidade de congelamento da pele começa a ser mais real. Em algumas experiências, a exposição à temperatura causou queimaduras em menos de 30 minutos.

O frio, a hipotermia e, consequentemente, a morte, acontecem muito mais rápido quando mergulhamos em águas geladas. Isso se dá porque a água é um excelente condutor de calor (25 vezes mais eficiente que o ar), ou seja, o corpo precisa de trabalhar muito mais para manter-se aquecido. De acordo com Frances, um mergulho num lago a -5ºC causaria hipotermia em menos de 30 minutos.

A perda de calor na água é ainda maior quando a pessoa se movimenta, já que o movimento acaba por dissipar a camada de água que foi aquecida e substituí-la por uma nova camada de água fria. O problema é agravado ainda porque o exercício aumenta a circulação nas extremidades, onde a perda de calor é maior.

Ao sermos expostos a baixas temperaturas, a primeira providência que o organismo toma é tentar conservar o calor do corpo e, ao mesmo tempo, concentrá-lo em órgãos maiores e estratégicos para nos manter vivos.

Para isso, os vasos sanguíneos da pele contraem-se, desviando o sangue aquecido da superfície para o interior do corpo (é por isso que a pele fica pálida). Nesse estágio, é comum que as pontas dos dedos comecem a ficar doridos por causa da falta de fluxo sanguíneo. No entanto, depois de cinco a dez minutos, a pele fica vermelha e a dor cessa.

Com o frio, até o nosso sistema nervoso fica mais lento. É por isso que algumas pessoas acham que os seus dedos ficam mais rígidos e desajeitados, o que pode causar dificuldade até para abotoar o casaco, por exemplo. A nossa habilidade manual começa a ficar crítica quando a temperatura atinge a casa dos 12º. Já a sensibilidade ao toque é comprometida aos 8º.

O corpo também reage ao frio tentando aumentar a produção de calor. A fonte mais importante vem da actividade muscular. É por isso que trememos, ou seja, «sacudimos» os músculos. O tremor pode aumentar em até cinco vezes a produção de calor.

Em qualquer lugar do mundo, a temperatura interna do organismo varia entre 35º e 37º. «Tudo leva a crer que a evolução da nossa espécie tenha chegado a esse ponto de equilíbrio porque é a temperatura ideal para que as reações químicas que mantém o nosso organismo ocorram de forma harmoniosa», explica Paulo Camiz, clínico-geral e professor da USP.

O problema acontece quando o nosso corpo não consegue «vencer» a disputa com as temperaturas mais frias e acaba por perder muito calor interno, causando a hipotermia, ou seja, a redução drástica da temperatura do corpo.

Até aos 28ºC, o organismo sofre com alteração do nível de consciência e tremores. Abaixo disso, há grandes probabilidades de arritmia e paragem cardíaca, levando, inclusive, à morte.

Fonte: Diário Digital

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