Saúde e bem-estar

Depressão e antidepressivos: como funcionam?

Investigadores americanos demonstraram a eficácia da cetamina no tratamento da depressão e sugerem duas hipóteses para a causa da depressão, dá conta um estudo publicado na revista “Biological Psychiatry”.

“A depressão é o segundo problema de saúde mais dispendioso que enfrentamos em todo o mundo, mas este facto não é muito conhecido, porque há um estigma associado à depressão e as pessoas não gostam de falar sobre isso”, referiu, em comunicado de imprensa, o líder do estudo, Bernhard Lüscher.

No estudo, os investigadores da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos EUA, desenvolveram um modelo de ratinhos para a depressão através da introdução de uma mutação num gene que codifica para uma subunidade do recetor GABA, o segundo químico mais abundante utilizado pelas células nervosas no cérebro para comunicarem entre si. A principal função da GABA é reduzir a atividade das células nervosas.

A mutação no recetor conduz a uma redução na sinalização de GABA de cerca de 15 a 20%, mimetizando as reduções observadas nos pacientes com depressão. Os animais com a mutação apresentavam traços associados à depressão, como uma baixa procura de prazer. Contudo, os ratinhos voltaram novamente ao normal após o tratamento com antidepressivos.

Bernhard Lüscher explicou que o GABA por ser encarado como um travão de um de carro, a sua função é abrandar a atividade das células nervosas. Por outro lado o glutamato, outro sinalizador químico, atua como um acelerador da atividade das células nervosas.

Desta forma, os investigadores ficaram surpreendidos ao verificar que quando diminuíam a atividade do GABA nos ratinhos, os níveis de glutamato também diminuíam. Na opinião do investigador, este resultado sugere que o cérebro tem um mecanismo para manter o equilíbrio entre os “travões” e o “acelerador” de forma a impedir que a atividade cerebral saia fora do controlo.

Após terem tratado os ratinhos com cetamina, um fármaco experimental que bloqueia uma classe dos recetores do glutamato nas células nervosas, os investigadores verificaram que este não só normalizou o comportamento e aumentou os recetores do glutamato para níveis normais, como também restaurou a função do GABA. Este efeito da cetamina foi apenas observado nos ratinhos com mutação no recetor e não nos ratinhos controlo.

De acordo com o investigador, estes resultados sugerem que a depressão resulta de uma deficiente sinalização do GABA e de défices na sinalização do glutamato. “Demonstramos que o comportamento do tipo depressivo nos ratinhos resulta da redução do GABA e do glutamato e que ambos podem ser restaurados através de uma única dose de cetamina”, concluiu.

Os investigadores estão a planear utilizar este modelo animal para compreender melhor como a cetamina funciona, com intuito de desenvolver alternativas mais eficazes.

Fonte: Univadis

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