Atualidade

Infecções hospitalares devem-se sobretudo a más práticas nos serviços de urgência

A falta de unidades de isolamento, a falta de profissionais qualificados, a falta de higiene são alguns dos problemas identificados.

Em Portugal, os serviços de urgência dos hospitais são o “nó górdio” das infecções hospitalares, devido à falta de boas práticas e à dificuldade de introduzir medidas de prevenção, denunciou nesta quarta-feira o director do programa de controlo de infecções.

“Há serviços de urgência em que não conseguimos implementar a prática de prevenção de infecções. É a medicina de catástrofe. Quando os nossos serviços funcionam de forma menos correta é muito difícil implementar medidas de isolamento. É muito importante as boas práticas nas urgências, mas o serviço de urgências é um dos maiores problemas que temos identificados, é o ‘nó górdio’”, afirmou o director do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), ouvido hoje na Comissão de Saúde a pedido do Bloco de Esquerda.

A falta de unidades de isolamento, a falta de profissionais qualificados, a falta de higiene são alguns dos problemas identificados pelo responsável por este programa prioritário da Direcção-Geral da Saúde.

Para Paulo Fernandes, o facto de não haver quartos de isolamento, não significa que não se promovam medidas de isolamento ou medidas de precaução para evitar a transmissão.

“Isto não pode servir de desculpa para os médicos. São questões estruturais que têm que ser vistas nos hospitais, porque o funcionamento das urgências são um problema”, afirmou.

Para o médico intensivista, a falta de camas nos hospitais portugueses acarreta o “flagelo das enfermarias com macas”, que considera ser uma inversão do sistema, porque significa que a enfermaria não tem o número de doentes correspondente às camas, mas tem mais, o que “é uma porta aberta para a infecção hospitalar”.

Quanto às práticas de higiene, o responsável sublinhou que as unhas de gel, ou de gelinho, usadas por algumas profissionais, “são práticas não recomendadas, contra-indicadas nos serviços de saúde, porque favorecem as infecções, sendo alvo de normas e que circulam pelos sistemas de controlo de infecção”.

Outro problema que o director do PPCIRA identifica como grave e factor indutor da propagação das infecções hospitalares tem a ver com a precariedade e rotatividade do pessoal de limpeza dos Hospitais.

“Ao nível do pessoal de limpeza o problema é mais grave por causa da rotatividade desse pessoal e a precariedade desse trabalho. É quase tudo outsourcing. As empresas base não dão a devida formação aos trabalhadores. Nós apostamos em formação desse pessoal e ao fim de dois três meses vamos ao mesmo sítio e é tudo gente nova que temos que formar outra vez”, lamentou.

Paulo Fernandes defende também que se deveria melhorar o vestuário dos profissionais de saúde, que estes utilizem vestuário próprio para a observação dos doentes e não “a roupa usada em casa”.

“Eu sei que isso aumenta as despesas hospitalares, mas é um assunto que tem que ser conversado. Quase todas as medidas de controlo de infecção se revelam custo-efectivas. Normalmente as contas são feitas com o que se vai gastar e não com o quanto se vai deixar de gastar”, disse.

Fonte: Público

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