Atualidade

‘Task force’ para infeções hospitalares «já se justificaria»

O diretor do programa de prevenção e controlo de infeções defendeu hoje que já deveria existir uma ‘task force’ a trabalhar no controlo das infeções hospitalares, dada o crescimento e gravidade deste problema, mas desconhece quando esta medida avançará.

Chamado à Comissão de Saúde pelo Bloco de Esquerda para prestar esclarecimentos sobre o “surto de infeções hospitalares por bactérias multirresistentes”, o diretor do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), da Direção Geral da Saúde (DGS), afirmou que está a ser discutida, e cada vez se considera mais importante, a criação de uma “task force nacional e especifica” para este problema.

Paulo Fernandes afirmou que, na sua opinião, “neste momento já se justificaria a existência de uma task force para esta situação”, acrescentando contudo não saber quando será criada e se conseguirá convencer a tutela a avançar com a medida.

Os principais problemas identificados pelo diretor do programa para a propagação das infeções hospitalares são a falta de unidades de internamento nos serviços, o incumprimento de programas de rastreio e de isolamento, a dificuldade de introduzir planos de controlo ambiental e de limpeza e a falta de recursos humanos.

Quanto às medidas de controlo de infeções recomendadas, o responsável apontou a “vigilância ativa por rastreio, precauções de contacto, higiene das mãos, isolamento de doentes, ‘coorte’ de enfermeiros (grupo de profissionais que lidam com estes doentes e que não entrem em contacto com outros doentes), higiene do ambiente, educação de profissionais, notificação e sinalização de positivos, tracing de contactos dos positivos e restrição de uso de antibióticos”.

A resposta nacional prevê medidas como a emissão de uma norma nacional “a ser publicada nos próximos meses”, apoio e suporte a medidas locais, atenção aos cuidados continuados e aos lares e comunidade, isolamento obrigatório de ‘coortes’, notifição obrigatória e uso racional dos antibióticos, adiantou.

Fazendo um balanço, Paulo Fernandes afirmou que “a situação justifica preocupação, mas não está fora de controlo e que as medidas em curso são muito nítidas e têm sido implantadas com grande esforço por vários profissionais”.

No entanto, “é indispensável a tomada de consciência sobre a seriedade do problema aos diversos níveis de decisão”, assim como é “indispensável o empoderamento para medidas de combate à resistência aos antimicrobianos.

“Empoderamento e recursos humanos são as duas coisas de que precisamos”, sublinhou.

A propósito dos recursos humanos, Paulo Fernandes apelou à tutela a que “garanta de alguma forma que isso aconteça”.

“Passamos de uma situação em que não podíamos contratar pessoas para uma em que podemos, mas temos dificuldade em encontrar profissionais para contratar”, acrescentou.

O diretor do PPCIRA adiantou mesmo que a infeção hospitalar poderia ser reduzida em 25% se se criassem certas condições como o número de profissionais alocados a trabalhar.

Questionado sobre as principais razões para as infeções hospitalares, Paulo Fernandes dividiu-as em extrínsecas — provocadas pelos profissionais de saúde, com os cateteres, as invasões, as condições que o doente encontra no internamento — e as intrínsecas.

“Tratamos cada vez doentes mais graves, invadimos cada vez mais os doentes, fazemos cirurgias cada vez mais agressivas, fazemos terapêuticas cada vez mais agressivas e imunossupressoras”, explicou.

As causas intrínsecas têm que ver com a idade e a má nutrição.

Perante isto, “se perdermos antibióticos, toda a medicina ficara prejudicada”, alertou, lembrando que a resistência aos antimicrobianos — um problema agravante das infeções hospitalares — está relacionada com o aumento do uso de antibióticos, o prolongamento da sua toma para além do necessário e o recuso a medicamentos de largo espetro quando não se justifica, tudo comportamentos que leva a que as bactérias se adaptem e se tornem resistentes.

Para além de um uso mais racional e controlado dos antibióticos, Paulo Fernandes defendeu que se deveria estudar a possibilidade da sua dispensa em unidoses.

Fonte:  Diário Digital com Lusa

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