Saúde e bem-estarPatologias e sintomas

Pé Diabético

“Pé Diabético” é um termo genérico referente aos problemas que surgem nos pés das pessoas que sofrem de diabetes mellitus.

Os problemas dos pés nos diabéticos estão entre as complicações crónicas mais devastadoras da doença.

Estes problemas são a principal causa de amputação não traumática dos membros inferiores e os maiores responsáveis pelo internamento hospitalar dos diabéticos. A maioria destas amputações é precedida por úlceras. Apenas dois terços destas encerrarão e as restantes podem terminar numa amputação mais ou menos extensa.

Vários factores concorrem para a dificuldade de encerramento destas úlceras, levando a que o seu tempo médio de encerramento seja aproximadamente de meio ano.

Quer as úlceras quer as amputações têm um impacto enorme na vida dos doentes, levando à aposentação precoce, perda da independência, isolamento social e stress psicológico.

O “Pé Diabético” representa também um problema económico significativo, sobretudo se a amputação resultar num internamento prolongado, reabilitação e eventual necessidade de institucionalização.

Tratamento

A melhor estratégia terapêutica do pé diabético é a prevenção, através da identificação e correcção dos factores de risco para o aparecimento e manutenção da úlcera.

Uma pessoa com diabetes deverá ser ensinada e incentivada frequentemente a realizar os seguintes procedimentos:

Examinar os pés -Os pés deverão ser examinados diariamente pelo doente ou por um familiar, se aquele tiver dificuldade em o fazer. Relatar aos profissionais de saúde que o tratam qualquer alteração encontrada. Aplicar diariamente nos pés um creme hidratante para prevenir a pele seca e o aparecimento de fissuras, tendo o cuidado de não colocar o creme entre os dedos, para não macerar a pele nem aumentar o risco de infecções fúngicas.

Não colocar os pés em água quente sem primeiro avaliar a temperatura da água com os cotovelos ou pedir a alguém que o faça. Calçar meias de algodão, de preferência brancas (porque se nota mais facilmente qualquer exsudação) e evitar as meias elásticas, porque podem prejudicar a circulação sanguínea.

Eliminar obstáculos – Remover pequenos obstáculos susceptíveis de ocasionarem acidentalmente traumatismo dos pés. Durante a noite, caminhar por trajectos com iluminação suficiente para ver o chão. Evitar andar descalço dentro ou fora de casa. Evitar as fontes de calor (botijas, lareiras, aquecedores) muito próximo dos pés, porque a diminuição da sensibilidade pode originar queimaduras graves.

Cuidados ungueais –  Cortar as unhas com um bom corta-unhas, evitando recorrer às tesouras. Em alternativa ao corte, as unhas poderão ser limadas com uma lima de cartão. O corte das unhas deverá ser efectuado a direito, evitando cortar os cantos para que as unhas não encravem. No caso de unhas muito espessas ou incapacidade física para as cortar, recorrer a profissionais de saúde habilitados ou a familiares que possam executar o corte das mesmas numa posição mais cómoda.

Calçado – Calçar sapatos confortáveis, evitando calçado apertado na ponta dos pés. Não usar sapatos novos por mais de 2 horas de cada vez. Antes de comprar sapatos novos, deverá experimentá-los no final do dia, quando os pés podem estar um pouco edemaciados. Se tiver deformidades do pé, como pé plano, dedos em garra, joanetes ou calosidades, pode haver necessidade de adquirir sapatos e palmilhas com características especiais, para evitar o traumatismo repetido e o aparecimento de úlceras. O seu médico assistente ou o seu podologista saberão aconselhar-lhe o local mais indicado para adquirir este calçado.O exercício físico regular, a abstenção do tabaco (agrava a doença vascular periférica) e de bebidas alcoólicas (agravam a neuropatia periférica) e um bom controlo da diabetes também contribuem indirectamente para a prevenção dos problemas com os pés.

Quando estamos perante uma lesão (úlcera) estabelecida, o tratamento assenta na intervenção de uma equipa multidisciplinar envolvendo enfermeiros, endocrinologistas ou internistas, cirurgiões e podologistas, para que o encerramento da úlcera ocorra com a maior rapidez possível. Perante sinais de infecção do pé, deverão de imediato ser prescritos antibióticos que deverão ser tomados rigorosamente durante o tempo necessário para a eliminação do agente ou agentes infectantes. Quando a infecção é muito grave, ameaçando a perda do membro atingido ou mesmo a vida do doente, entre outras medidas, este tratamento com antibióticos deverá ser efectuado em regime de internamento, por vezes prolongado. A falência do tratamento médico e cirúrgico, com remoção dos tecidos mortos ou a correcção de uma obstrução arterial parcial, pode culminar na necessidade de amputação de dedos, pé ou perna.

O tratamento da úlcera crónica é efectuado através da utilização de pensos apropriados para cada situação, com o objectivo de manter a úlcera sempre limpa e húmida e os bordos livres de calosidades ou maceração da pele.

Sinais e Sintomas

Os sintomas referidos pelo doente são muito escassos e a progressão das lesões dos pés resultam da ausência de sintomas, nomeadamente de dor. A dor, quando aparece, pode manifestar-se de modo anormal, muitas vezes com agravamento nocturno, em queimadura ou como se fossem choques eléctricos, não traduzindo lesão da pele por traumatismo ou infecção mas sim como resultado da afecção dos nervos periféricos (neuropatia diabética).

Pelo contrário, as úlceras dos pés com má circulação sanguínea são extremamente dolorosas e melhoram quando o doente coloca a perna pendente na cama, facilitando o fluxo sanguíneo.

No Pé Diabético é fundamental a pesquisa de sinais que não são mais do que factores de risco que podem conduzir à ulceração. A diminuição das sensibilidades e/ou a ausência de pulsos no pé, determinam se é um pé em risco.

Outros sinais, como a presença de calos, deformidades do pé que criam posições viciosas na marcha, a ausência de pêlos nas extremidades dos membros inferiores, traduzindo má irrigação sanguínea, a pele seca dos pés, são factores potenciais a ter em conta para o aparecimento da úlcera.

A presença de edema e de rubor, sobretudo à volta da úlcera, bem como a saída de pus pela úlcera são sinais de infecção que é necessário deter rapidamente. A febre, o agravamento do controlo da diabetes e uma elevação do nº de glóbulos brancos são sinais de envolvimento sistémico da infecção.

Factores de Risco

Os níveis cronicamente elevados de açúcar no sangue (glicemia) nos diabéticos afectam os vasos sanguíneos e os nervos que se distribuem pelo corpo.

A nível dos pés, o atingimento dos nervos (neuropatia periférica) e artérias dos membros inferiores (doença arterial periférica), associados a deformidades dos pés (joanetes, calos, dedos em garra, unhas muito desenvolvidas) e à utilização de calçado inadequado são os factores de risco mais frequentemente responsáveis pelo aparecimento e manutenção de uma úlcera.

Quando a úlcera surge por pequeno traumatismo, a diminuição da sensibilidade, a eventual redução da acuidade visual, a falta de informação transmitida pelos profissionais de saúde, entre outros factores, vão contribuir para que a úlcera progrida “em silêncio” dentro do sapato até que seja notada, geralmente quando já há uma infecção.

Se houver simultaneamente má irrigação sanguínea, aumenta o risco de não ocorrer o encerramento da úlcera e, consequentemente, o risco de desenvolver uma infecção grave e eventual amputação.

Diagnóstico

O diagnóstico é muito fácil de fazer, desde que se observem os pés dos doentes diabéticos. Apesar dos riscos potenciais que os problemas dos pés podem representar, persistem ainda uma grande resistência dos profissionais de saúde à observação dos pés na consulta e algum incómodo dos doentes em mostrar os pés, mesmo quando são solicitados a fazê-lo.

Quando as sensibilidades dos pés estão diminuídas dizemos que o pé ou a úlcera é predominantemente neuropática; quando os pulsos periféricos estão ausentes dizemos que o pé ou a úlcera é predominantemente isquémica.

Fonte: Banco da Saúde

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