Exsanguíneotransfusão… O que é?
A exsanguíneotransfusão é o procedimento no qual o sangue do neonato é retirado em pequenas quantidades geralmente 5 a 10 ml por vez) e substituído com sangue compatível, é um método padrão de terapia para o tratamento da hiperbilirrubinemia grave, e é o tratamento de escolha também para hidropsia causada por incompatibilidade de Rh. A exsanguíneotransfusão remove os eritrócitos sensibilizados, diminui o nível plasmático de bilirrubina para prevenir a encefalopatia bilirrubínica, corrige a anemia e previne a insuficiência cardíaca.
A exsanguíneotransfusão é um procedimento estéril, onde um cateter é inserido na veia umbilical e direcionado até a veia cava inferior. Conforme o peso do neonato, 5 a 10 ml de sangue são retirados em 15 a 20 segundos, e o mesmo volume de sangue dito “limpo” é infundido durante 60 a 90 segundos.
Exames necessários antes do procedimento
- Do cordão umbilical: níveis de bilirrubina, hematócrito e hemoglobina;
- Do RN: tipagem sanguínea, Coombs direto, níveis de bilirrubina, hematócrito e hemoglobina;
- Da mãe: pesquisa de anticorpos eritrocitários (Coombs indireto), tipagem sanguínea, teste para outros anticorpos, se necessário.
Escolha do sangue
Devem-se usar glóbulos vermelhos colhidos há menos de sete dias, reconstituídos com plasma congelado coletado em CPDA1 (citrato-fosfato-dextrose e adenina), com hematócrito em torno de 45% a 50%. A cooperação entre os serviços de hemoterapia, obstetrícia e neonatologia é essencial na obtenção do sangue, principalmente nos casos de incompatibilidade Rh, nos quais a antecipação é possível. Não há comprovação de que possa ser feito uso de concentrados de hemácias conservados com substâncias aditivas (Sag-manitol, por exemplo) com segurança em transfusões de grandes volumes em RN. Nesses casos, recomenda-se lavar o concentrado com solução salina antes da transfusão, visando evitar possível complicação secundária à infusão de substâncias presentes no plasma. É importante também evitar concentrados de hemácias de doadores com traço falcêmico (HbS).
Nos casos de doença hemolítica Rh, o sangue deve estar disponível antes do nascimento, ser do grupo O Rh negativo e submetido à contraprova com o sangue materno.
Quando a indicação for por incompatibilidade ABO, as hemácias podem ser O positivo, reconstituídas com plasma AB (ou tipo compatível com o receptor).
Nos casos de doença hemolítica por outros anticorpos eritrocitários, o sangue deve ser compatível com o do RN e submetido à contraprova com o sangue da mãe.
Na presença de hiperbilirrubinemia não hemolítica, o sangue deve ser compatível e cruzado com o sangue do bebê . Mesmo sabendo da compatibilidade, a prova cruzada é obrigatória.
O volume a ser usado na exsanguíneotransfusão é duas vezes a volemia do RN. Portanto, se a volemia do bebê é cerca de 80mL/kg, o volume a ser usado é de 160mL/Kg. A troca desse volume de sangue corresponde à substituição de cerca de 87% do volume sanguíneo do RN.
Fontes:
- WONG, 2006
- Atenção à Saúde do Recém-Nascido: Guia para os Profissionais de Saúde / INTERVENÇÕES COMUNS, ICTERÍCIA E INFECÇÕES; Vol.2. 2011.
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