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ESMAGADORA MAIORIA DOS ENFERMEIROS TRABALHA SOB STRESS

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Estudo revela que “exaustão emocional” já atinge quase um quinto dos enfermeiros portugueses.

Invisível, inodoro, imaterial e tantos outros “i’s”. Não é uma patologia, não se manifesta em feridas físicas, nem tem tratamento imediato. Mas o stress existe e nasce sobretudo da forma de lidar com os pacientes, da remuneração existente e desafios da carreira. Bem enraizado no quotidiano dos enfermeiros, o stress tem consequências que vão muito além do profissional de saúde. É esta a grande evidência do estudo “Stress ocupacional em profissionais de saúde”, realizado por Heitor Lopes, Susana Faria e Rui Gomes, da Universidade do Minho, e publicado pelo “Western Journal of Nursing Research”.

A admissão da existência de sinais de alarme é transversal aos milhares de enfermeiros portugueses que participaram no estudo: mais de 86% dos inquiridos assume trabalhar sob stress. Quando confrontados com o nível de tensão sentida, uma parcela significativa de enfermeiros (mais de 37%) “apresenta elevado nível de stress face à sua profissão”. Em paralelo, metade dos inquiridos reconhece sentir “stress moderado”. “Como foi possível constatar ao longo deste trabalho, o stress e o burnout têm sido apontados como áreas que provocam maior impacto negativo, quer no bem-estar físico quer no bem-estar psicológico dos profissionais de saúde”, destacam os autores da análise.

Preeminente é também a dimensão do burnout verificada nos profissionais. “É importante reforçar a elevada percentagem de enfermeiros que apresenta Exaustão Emocional (17,8%)”, sublinham os autores que, en passant, identificam o lado mais negativo do stress: um quarto dos enfermeiros já apresenta “problemas psiquiátricos”.

É na relação directa com os doentes que o stress conquista o seu espaço, ao ponto de conseguir ser dominante. Mais de 69% dos enfermeiros admite que a principal fonte de stress está no “modo de lidar com clientes”. Igualmente avassalador é o impacto da carreira e da remuneração enquanto origem de stress (67,1%). Uma questão que os autores do estudo acreditam poder “estar relacionada com a crise social e com a revisão do estatuto da carreira da enfermagem que ocorreu em Portugal”, sendo ainda “complementada pelo facto dos enfermeiros evidenciarem menores níveis de realização (0,7%)”. Também o excesso de trabalho é amplamente identificado como fonte de stress (63,4%).

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Mas como travar a escalada desta tensão que afecta os profissionais em Portugal e conter os danos que provoca? Sem receitas mágicas – afinal, também não era esse o objectivo da análise –, os investigadores assumem que os resultados do estudo “reforçam a necessidade de haver um maior investimento financeiro e estrutural em comportamentos individuais e organizacionais que previnam o stress ocupacional” para que reforcem, nos enfermeiros e respectivos empregadores, “a saúde, o rendimento e o lucro”.

Para tal, recordam, nas últimas décadas têm sido desenvolvidas e aplicadas estratégias para gerir o stress ocupacional que se debruçam, sobretudo, em educar as pessoas sobre a origem e o impacto que o stress provoca individualmente na pessoa e na forma como exerce a enfermagem. Até porque, lembram os investigadores, o stress tem custos. E embora seja silencioso, tem impacto directo no absentismo, na quebra de rendimento, no aumento dos acidentes de trabalho e erros no desempenho, assim como resulta em custos maiores em saúde.

Principais conclusões:

  • Stress moderado: 49,1% dos enfermeiros sente um nível moderado de stress no exercício da profissão.
  • Stress elevado: 37,3% apresenta um alto nível de stress face à profissão.
  • Burnout: 17,8% dos participantes já apresentam exaustão emocional
  • Fontes de stress: lidar com pacientes (69,2%), carreira/remuneração (67,1%) e excesso de trabalho (63,4%).

Custos do stress

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Directos: absentismo, quebra de rendimentos, aumento dos acidentes de trabalho e dos erros no desempenho, e subida dos custos em saúde.

Indirectos: diminuição da motivação, da satisfação no trabalho, da qualidade da comunicação e da tomada de decisão.

Perfil dos participantes

Participaram no estudo 2.302 enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde, dos quais 82,3% mulheres, entre os 21 e os 66 anos. Uma maioria de 57,1% dos inquiridos trabalha em contexto hospitalar. Os participantes foram principalmente enfermeiros especialistas (36,3%), seguindo-se a emergência e os cuidados intensivos (11,1%). Mais de 64% dos profissionais inquiridos trabalha por turnos rotativos e a maioria de 69,5% tem contrato efectivo.

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Autor: Heitor Lopes
Investigador em Psicologia da Saúde. Universidade do Minho

Fonte: Revista Cuida

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