Saúde e bem-estar

Estatinas podem tratar o cancro?

Investigadores americanos descobriram que as estatinas, um fármaco utilizado no tratamento de níveis elevados de colesterol, podem destruir uma proteína mutada que é codificada por um gene danificado que está associado a cerca de metade de todo os cancros humanos, dá conta um estudo publicado na revista “Nature Cell Biology”.

No estudo, os investigadores da Universidade do Kansas, nos EUA, demonstraram como as estatinas podem inativar estruturalmente as proteínas p53 mutadas que são capazes de acelerar a progressão do cancro.

O cancro é essencialmente causado por mutações nos genes que regulam o crescimento celular ou morte celular. Das centenas de genes envolvidos no desenvolvimento de vários cancros, o p53 é o mais poderoso. As formas mutantes do p53 têm sido encontradas em quase metade de todos os tumores malignos e em quase todos os tipos de cancro humano.

Quando o p53 funciona adequadamente, o gene codifica para proteínas que impedem que as células cresçam e se dividam demasiado rápido. No entanto, quando o p53 sofre mutações, espontâneas ou hereditárias, as suas capacidades de regulação deixam de funcionar e as células podem crescer de uma forma descontrolada, formando tumores e invadindo os tecidos saudáveis.

Adicionalmente para além do gene p53 mutado não ser capaz de suprimir o crescimento tumoral este pode de facto acelerar a progressão do cancro e a resistência aos fármacos.

Ao longo de quatro anos, os investigadores, liderados por Tomoo Iwakuma, testaram perto de nove mil compostos de forma a averiguar quais poderiam ser capazes de degradar o p53 mutado. Na lista dos dez compostos mais promissores estavam, para surpresa dos investigadores, as estatinas.

Uma vez que os testes de rastreio produzem frequentemente falsos positivos, os resultados laboratoriais foram testados em células e posteriormente em ratinhos. Após terem injetado ratinhos com células que expressavam o p53 mutado, os investigadores esperaram que os tumores se formassem e trataram os animais com doses elevadas de estatinas ao longo de 21 dias. Verificou-se que, comparativamente com os ratinhos controlo, os tumores nos ratinhos tratados não cresceram tão bem. O estudo apurou ainda que as estatinas apenas tiveram efeito no p53 mutado estruturalmente, por oposição ao p53 mutado no local onde se liga ao ADN

Após terem constatado que as estatinas degradavam o p53 mutado, os investigadores tentaram averiguar como este processo ocorria. Verificou-se que uma proteína denominada por DNAJA1 liga-se à proteína mutada com estrutura alterada e protege-a da ação de uma enzima que sinaliza proteínas danificadas ou deformadas para destruição.

Os investigadores constataram que o mesmo mecanismo que ajuda as estatinas a reduzir o colesterol também impedem que a p53 mutada se ligue à DNAJA1, deixando estas proteínas mutadas desprotegidas. Desta forma, a p53 liga-se à enzima e é degradada. Uma vez que a p53 mutada não se encontra habitualmente presente nas células saudáveis estas não são afetadas pelas estatinas.

Os investigadores concluem que estes achados podem conduzir ao desenvolvimento de novos fármacos capazes de eliminar especificamente o p53 mutado.

Fonte: Univadis

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