Atualidade

Quase 600 profissionais de saúde queixaram-se de violência no local trabalho

Queixas continuam a aumentar. Em 2015, houve 134 denúncias de violência física e 14 participações de assédio sexual.

As queixas de violência contra profissionais de saúde (sobretudo ameaças e insultos, mas também agressões físicas) aumentaram de novo em 2015. À Direcção-Geral da Saúde (DGS) chegaram nesse ano 583 denúncias de violência no local de trabalho, mais 51 do que no ano anterior, sobretudo contra enfermeiros e médicos.

No total, em 2015 foram notificados à DGS 134 casos de violência física (mais um do que em 2014). A novidade, face ao ano anterior, são as 14 denúncias de assédio sexual. Mas as queixas mais frequentes são de ameaças, injúrias, calúnias e “pressão moral”.

O grupo profissional mais exposto é o dos enfermeiros e são sobretudo as profissionais do sexo feminino que se queixam, de acordo com um relatório que a DGS divulgou ontem. Quanto aos agressores, estes são maioritariamente doentes (307) e os seus familiares (129), mas não só. Também há muitos casos em que os agressores são outros profissionais de saúde (109).

“São números que ficam muito aquém da realidade”, acredita o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, que em 2015 organizou um debate e criou um grupo de trabalho para acompanhar os casos mais complexos. Cortes recorda, a propósito, a situação mais recente de que teve conhecimento: um utente “tentou estrangular uma médica” num centro de saúde e, passados dias, voltou ao local, “sem que alguém o pudesse impedir”.

Casos aumentos desde 2007

No documento da DGS, não é possível perceber, de facto, a real dimensão do fenómeno. O que pode concluir é que o número de notificações de casos de violência, voluntárias e anónimas, tem vindo aumentar desde 2007, ano em que a DGS criou uma espécie de observatório do fenómeno no seu site.

Mas o número de denúncias cresceu sobretudo de 2013 para 2014, quando passou de 202 para 531. Os autores do relatório — que é da responsabilidade do Departamento de Qualidade na Saúde da DGS — também fazem questão de notar que os dados não permitem uma extrapolação para a realidade nacional, por ser  impossível saber se as queixas estão a crescer porque os profissionais estão “mais despertos” para o fenómeno, ou se há, de facto, mais casos de violência.

PÚBLICO -

Aumentar

O conceito de violência no local de trabalho é também muito abrangente. Nas notificações à DGS, destacam-se as situações de ameaça (320), injúria (308), “pressão moral” (257), difamação (200) e calúnia (158). Casos de violência física propriamente ditos são 134 e há ainda 31 denúncias de dano contra propriedade, além de 14 de assédio sexual.

O que a estatística permite ainda perceber é que são sobretudo as profissionais de saúde do sexo feminino a queixar-se (426 denúncias) e que o grupo mais exposto a este tipo de situações é o dos enfermeiros (309 casos), seguido do dos médicos (145). Há ainda notificações feitas por assistentes técnicos e operacionais (pessoal administrativo). A esmagadora maioria das situações ocorreu em serviços públicos, sobretudo na “consulta extrerna” e nos serviços de urgência. Mas os casos não se circunscrevem aos hospitais, também ocorrem com frequência nos centros de saúde.

Como reagem os profissionais às agressões? Apenas 51 dizem ter feito queixa à polícia e um grande número (423) refere que a violência é “habitual na unidade de saúde”. A maior parte ficou “muito insatisfeita” ou “insatisfeita” com a forma como a queixa foi tratada pela unidade de saúde.

“O profissional de saúde, quando vítima de violência física ou psíquica, deve, de imediato, notificar o incidente”, recomenda a DGS no relatório. O problema, nota Carlos Cortes, é que, como a notificação é voluntária, “há muitos casos que não são relatados”, até porque a percepção dos profissionais é a de que as queixas “não servem absolutamente para nada”. As notificações, diz, deviam ser obrigatórias e feitas pelos superiores hierárquicos. Reclamando “uma legislação mais apertada”, Carlos Cortes defende mesmo que os utentes devem ser proibidos de voltar ao local da agressão, como “já é norma em vários países”.

Fonte: Público

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