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Dois em cada três enfermeiros emocionalmente exaustos

Os trabalhadores do SESARAM recorreram a 855 consultas de psicologia, no âmbito da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, em 2015. Um número que representa um aumento de 60% (320 consultas) relativamente ao ano anterior, quando foram registadas 535 consultas pelo Serviço de Saúde Ocupacional, o mesmo que, em 2013, havia registado 511.

A evolução constante ao longo de três anos é significativa, mas pode sofrer alguma distorção, quanto à interpretação, pelo facto de ser necessário ter em conta que de 2014 para 2015, o SESARAM passou a contar com mais um psicólogo clínico. Ainda assim, devem ser lembradas algumas situações de queixas de sobrecarga de trabalho e até de formas de actuação de algumas chefias, poucas, que foram consideradas de ‘bullying’ pelos subordinados.

Apesar de não se poder fazer uma relação directa entre consultas de psicologia e ‘bullying’, é de recordar um estudo recente da Unidade de Investigação em Epidemiologia do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, que, citado pelo jornal Público, lembrou que “os profissionais de saúde são um grupo ocupacional particularmente exposto ao bullying”. O estudo teve a participação de 707 trabalhadores do Centro Hospitalar de São João, no Porto e concluiu que um em cada 12 profissionais de saúde se diz vítima de ‘bullying’. Os mais expostos ao fenómeno são os precários.

Dois em cada três enfermeiros emocionalmente exaustos

A este propósito, quisemos ouvir um dos representantes dos enfermeiros, por serem o maior grupo profissional do SESARAM. Élvio Jesus, da Ordem dos Enfermeiros, recordou um estudo nacional, realizado em 2013/2014, que replicou um estudo europeu – RN4cast – que incluiu dados do SESARAM, que apontou para a existência de dois enfermeiros exaustos emocionalmente em cada três desses profissionais. Nessa condição (conhecida em inglês por Burnout) é mais provável a procura da consulta de psicologia.

A boa notícia é que os mesmos enfermeiros apresentavam uma baixa despersonalização e um elevado nível de envolvimento com o trabalho, o que significa que a situação de exaustão emocional é reversível. Situações que, afirma Élvio Jesus, tanto quanto é do seu conhecimento, têm mais a ver com “sobrecarga de trabalho e grandes exigências na profissão” do que com situações de ‘bullying’.

Em sentido inverso ao das consultas de Psicologia estiveram as de Medicina no Trabalho, que registaram um decréscimo de 19%, correspondentes a menos 174. Das 928 consultas de 2014, passou-se para 754 em 2015. Em 2013 tinha havido 803 consultas.

A explicação oficial para o decréscimo é a “ausência do único médico do serviço, por motivo de baixa”.

SESARAM tem mais 124 trabalhadores do que há um ano

O SESARAM tem mais 124 trabalhadores do que há um ano. No final de Dezembro de 2015, o serviço de saúde contava com 4.657 trabalhadores, enquanto no final de 2016 tinha 4.781. O maior saldo verificou-se, como se esperava, no grupo dos enfermeiros, que conta agora com mais 139 profissionais do que há um ano. Passaram de 1.531 para 1.670.

Os dois grupos de profissionais que mais elementos perderam, entre as duas datas de referência, foram os médicos, com menos 49 (de 416 para 367), e os assistentes operacionais com menos 44 (de 1.497 para 1.453). No entanto, no grupo dos médicos, há registar um aumento de internos. Dos 142, no final de 2015, passou-se para 165, no final do ano passado. Aliás, o número de internos vem a crescer consistentemente desde pelo menos 2013, quando foram contabilizados 126.

Nos restantes grupo profissionais não foram registados grandes movimentos no número de trabalhadores ao serviço.

Nota para o facto de os números referidos, relativos a 2015, dizerem respeito a 2.753 trabalhadores com contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado e a 142 médicos internos, com contrato a termo (entretanto, alguns entraram para os quadros). Além destes, existiam 137 em comissões de serviço, a esmagadora maioria deles, de enfermagem, e 1.611 com contrato de trabalho.

No entanto, é preciso notar que existe um conjunto de trabalhadores que não são contabilizados no Mapa de Pessoal. No final de 2015, encontravam-se 182 pessoas nessa situação. Como é explicado no Relatório de Actividades desse ano, tem havido nesse número “um aumento gradual, principalmente na carreira de enfermagem, devido ao aumento das ausências por motivo de parentalidade”. Os 182 trabalhadores não contabilizados em 2015 comparam com 164 em 2014 e 154 em 2013.

Fonte: DNotícias.pt

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