Enfermagem e Traçados Cardíacos
Compreender os traçados cardíacos e saber o seu significado pode ser um desafio bastante complexo.
Por isso, de uma forma simples, iremos começar por transmitir noções de como ler um ECG e a importância dessa leitura para a tomada de decisões!
O padrão elétrico de um ciclo cardíaco normal pode ser visto em um traçado eletrocardiográfico quando analisamos cada onda. O significado de cada uma destas ondas, os respectivos intervalos de tempo devem ser compreendidos, para que se possa interpretar o eletrocardiograma.
Como fazer a Leitura de 1 Electrocardiograma (ECG):
Para que se possa identificar um traçado cardíaco, seis questões fundamentais:
- Há actividade eléctrica?
- Qual a frequência ventricular? (frequência do QRS)
- O ritmo é regular ou irregular?
- A duração do QRS é normal ou está alargada?
- Há actividade auricular? (existência da onda P)
- Qual a relação entra a actividade auricular com a actividade ventricular? (relação entre onda P e complexo ORS)
1.Há actividade eléctrica?
Observar a existência de um traçado cardíaco, qualquer um que seja.
2. Qual a frequência ventricular?
Duas formas de calcular a frequência cardíaca:
– Contar o número de quadrados largos entre 2 complexos QRS consecutivos e dividir 300 por esse número.
– Contar o número de quadrados pequenos entre 2 complexos QRS consecutivos e dividir 1500 por esse número.
3.O ritmo é regular ou irregular?
Diz-se que um ritme é regular quando a distancia entre complexos QRS consecutivos é igual, caso contrário, diz-se um ritmo irregular.
4. A duração do QRS é normal ou está alargada?
A onde QRS caracteriza-se por uma onda estreita e comprida, com duração de 0,12 segundos, quando esse tempo é alterado, dizemos que há alteração do complexo QRS.
5. Há actividade auricular?
Observação da existência de uma onda P, que caracteriza a actividade auricular.
6. Qual a relação entre a actividade auricular e a actividade ventricular?
Para que haja uma relação entre estas duas actividades é necessário que após uma onda P exista um complexo QRS e que a distancia entre estes seja sempre igual.
Deste modo, para que possas identificar alterações nos diferentes traçados cardíacos, há que ter em conta o traçado Base Sinusal, ou seja, um traçado correspondente a um traçado cardíaco sem patologias associadas, um traçado dito “normal”.
Num ritmo sinusal, os impulsos iniciam-se no nódulo SA, viajam através das vias auriculares e são retardados no nódulo AV. A despolarização das aurículas produz uma onda P. A condução do impulso prossegue pelo nódulo AV e desce os ramos do feixe em direcção às fibras de Purkinje nos ventrículos, originando a despolarização ventricular e produzindo normalmente um complexo QRS estreito.
O ritmo sinusal caracteriza-se pela presença de umaonde P,seguida de um complexo QRS. Trata-se de um ritmo regular, ou seja, em que a distancia entre QRS consecutivos é igual, e com um complexo QRS de amplitude normal.A frequência cardíaca situa-se entre os 60 e os 100 batimentos cardíacos por minuto.
Onda P: despolarização auricular (contração)
Complexo QRS: despolarização ventricular (contração)
Onda T: repolarização ventricular
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