Indice Bispectral (BIS) na Anestesia e Sedação
O índice bispectral é conhecido pela marca registrada BIS da empresa Aspect Medical Systems Inc. e é um parâmetro processado do Eletroencefalograma (EEG) especificamente desenvolvido para avaliar a resposta do paciente aos anestésicos e sedativos. (Duarte 2006)
Este processo de identificação do EEG é realizado através da colocação de um eletrodo composto de quatro partes, colocado na região frontal do paciente. O eletrodo BIS possui uma numeração para auxiliar na colocação do eletrodo.
Antes da colocação do eletrodo, a região frontal do paciente deve ser limpa e seca, ao colocar cada parte do eletrodo deve-se fazer uma pressão para fixá-lo. Ao termino o eletrodo é conectado a um monitor especifico, ou a um módulo do monitor multiparametrico.
Após a instalação do BIS e sua conexão com o monitor, é possível avaliar a onda do EEG, o valor numérico do BIS, e o índice de veracidade da informação (ISQ).
É baseado no valor numérico que o médico avalia a condição de sedação do paciente, o ISQ permite ao médico analisar um processo de interferência do eletrodo, pois se ao encontrar um valor BIS muito alto, ou muito baixo, analise o ISQ quanto maior o valor mais real é a mensuração deste dado, sendo então real a alteração do EEG, logo quanto menor o ISQ indica uma informação incorreta e muito provável de interferência. Abaixo visualizamos a escala do BIS para sedação, utilizada em anestesia, cada valor numérico do BIS permite saber em que estado de consciência esta o paciente:
Duarte (2006) explica que o uso do BIS surgiu inicialmente com a preocupação de evitar sobredoses anestésicas, mas, atualmente, somam-se os riscos reconhecidos das subdoses que poderão causar respostas hemodinâmicas e motoras potencialmente perigosas durante a cirurgia, além do despertar e lembrança intra-operatória. Os riscos de despertar e lembrança intra-operatória estão, especialmente, presentes nos pacientes que recebem bloqueadores neuromusculares (BNM)
Este tipo de monitorização é bastante utilizado em cirurgias de grande porte, tais como: neurológicas, cardíacas, abdominais de longa duração. Com o objetivo de controlar a sedação, mantendo o paciente no intervalo de anestesia geral, evitando a lembrança intra-operatória, e permitindo total relaxamento muscular. Além de programar o despertar conforme tempo do procedimento cirúrgico, permitindo rápida extubação e saída de sala cirúrgica.
Pode também ser utilizado em unidades de terapia intensiva, para possibilitar a avaliação objetiva da sedação durante ventilação mecânica, coma barbitúrico, bloqueio neuromuscular e para pacientes neurológicos o controle eficaz da epilepsia de difícil controle.
Duarte (2006) comenta que na terapia intensiva o BIS se mostrou um monitor útil na previsão da recuperação da consciência em pacientes em coma. Variáveis clínicas e eletrofisiológicas, juntamente com o BIS, permitiram a construção de um modelo relacionando o valor do BIS com a probabilidade de recuperação da consciência em pacientes em coma devido lesão cerebral grave.
Agora que já conhecemos a escala numérica do BIS, a aplicação da escala juntamente com as ondas dos EEG; vamos conhecer a aplicação do BIS visualizando a reação do paciente à sedação. Na figura a seguir, temos o tipo de sedação, a escala do BIS e a reação ocular do paciente a sedação.
A seguir vamos conhecer algumas alterações neste tipo de monitorização:
Alteração do BIS por outros equipamentos:
– Bisturi elétrico
-Marcapasso provisório (durante cirurgia cardíaca, o BIS aumentou toda vez que o marcapasso atrial foi ligado, diminuindo, em seguida, quando desligado)
– Manta térmica, colchão térmico (BIS eleva)
– Shaver durante artroscopia do ombro.
-Sistema otorrinolaringológico criou um campo eletromagnético ao redor da cabeça do paciente e determinou o aumento do BIS.
Alteração clinica que afeta o valor do BIS:
– Hipoglicemia (causa um pequeno aumento nas ondas do BIS)
– Paragem Cardíaca por Hipovolemia (há diminuição do valor BIS, chegando até zero, onda isoelétrica)
– Isquemia Cerebral (o BIS reflete a isquemia com onda isoelétrica)
– Hipotermia (a cada grau reduzido da temperatura o BIS cai uma unidade do seu valor original)
– Pós crise convulsiva (BIS diminuído após crise, mesmo valor encontrado em sedação)
– Alzheimer (BIS diminuído quando comparado com pacientes normais na mesma idade)
• Higiene da região frontal com álcool 70% e secar com gaze limpa antes da colocação do eletrodo BIS
• Troca do eletrodo a cada 24h
• Atenção as possíveis interferências (equipamentos ou alteração do quadro clinico do paciente)
• Atenção ao valor do BIS e troca da solução de sedação, para não causar interferências no tratamento
• Valores falsamente elevados podem ocorrer devido mal posicionamento ou má adesão dos eletrodos.
• A modificação na montagem dos eletrodos altera os valores do BIS demonstrados pelo monitor
Veja o video:
https://www.youtube.com/watch?v=V6Fj-1py8dk
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