Atualidade

MAC sem enfermeiros para acompanhar grávidas

Protesto de zelo dos especialistas em saúde materna e obstetrícia vai entrar na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, esta quinta-feira. No Porto, o Centro Materno Infantil do Norte passa também a não ter enfermagem diferenciada nesta área

É mais uma frente de batalha para os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia para tentarem ganhar um vencimento ajustado às funções. A partir desta quinta-feira, duas das maiores unidades do país nesta área deixam de poder contar com a enfermagem diferenciada no acompanhamento de grávidas, incluindo nos partos: a Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, e o Centro Materno Infantil do Norte, no Porto.

No mesmo dia, em que a ação cumpre dez dias, o protesto vai chegar também ao Centro Hospitalar da Cova da Beira. E na próxima segunda-feira será a vez do hospital de Santa Maria da Feira e na semana seguinte as unidades hospitalares de Cascais, Garcia de Orta, em Almada, e da Madeira. “O ministro da Saúde diz que não há constrangimentos, mas a verdade é que a situação não vai manter-se sustentável. São os médicos que estão a garantir toda a assistência e é um caos também para eles porque trabalhamos em equipa”, avisa o líder do movimento EESMO (Enfermeiro Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia), Bruno Reis.

Na Maternidade Alfredo da Costa, uma das maiores a nível nacional e para onde são encaminhadas muitas das situações de alto risco diagnosticadas no país, há 78 enfermeiros especialistas. Desses, 34 recebem remuneração diferenciada que transitou da categoria que detinham antes da carreira ser alterada, segundo o Centro Hospitalar de Lisboa Central, que integra a MAC.

“Este é um protesto que não tem efeitos imediatos mas que vai causando desgaste”, explica Bruno Reis. E dá um exemplo concreto: “Quando numa sala de partos existem cinco enfermeiros e três médicos e agora são só os médicos, existe risco. As grávidas não estão a ter o acompanhamento que deviam ter”. No Centro Materno Infantil do Norte, no Porto, o cenário vai ser idêntico.

PARTOS PROGRAMADOS ADIADOS

Os efeitos negativos da decisão dos enfermeiros em assegurarem apenas cuidados gerais têm feito sentir-se noutros hospitais, casos de Guimarães, Gaia, Aveiro, Abrantes, Setúbal, Amadora-Sintra, Évora, Portalegre ou Ponta Delgada. “Em Aveiro tem sido necessário fazer pontualmente a transferência de grávidas e no Amadora-Sintra continuam a transferir”, diz Bruno Reis. Há ainda situações “em que os partos programados estão a ser adiados uma a duas semanas por falta de condições de segurança no acompanhamento no internamento”, acrescenta.

O protesto de zelo vai manter-se por tempo indeterminado e pela recente reunião entre o Ministério da Saúde e os representantes do movimento EESMO está para durar. “A objetividade das negociações não está a ser tratada. Estive na reunião na passada terça-feira e não foi dada resposta às perguntas Como e Quanto, apenas foi dito quando, em 2018”, revela o enfermeiro líder do EESMO.

Os enfermeiros especializados em saúde materna e obstetrícia avisam que o Governo “continua a não conseguir responder ao caos instalado nas maternidades”. Em comunicado garantem que “não há plano de atuação, não há resolução para a situação”. Assim sendo, “face àquilo que consideramos terem sido atos irresponsáveis de má-fé, declinamos toda e qualquer responsabilidade do que possa vir a acontecer nas pessoas do ministro da Saúde e do primeiro-ministro”.

O Centro Hospitalar de Lisboa Central, que integra a MAC, disse ao Expresso que tem conhecimento da possibilidade de alguns enfermeiros especialistas integrarem o protesto, mas “não tem dados para considerar que esteja em causa a assistência às utentes que recorrem ao polo da Maternidade Dr. Alfredo da Costa”.

Os profissionais que participam na iniciativa só asseguram cuidados gerais. Isto é, exames como o CTG, o toque vaginal, a verificação do bem-estar fetal ou o parto propriamente dito são práticas diferenciadas que, como tal, ficam excluídas da intervenção dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia por força do protesto.

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Fonte
Expresso

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