Saúde e bem-estar

Quatro testes simples ajudam a diagnosticar a pneumonia

A pneumonia é uma infeção pulmonar grave que pode ser fatal e que muitas vezes requer tratamento com antibióticos. No entanto, é notoriamente difícil distinguir a pneumonia das infeções virais mais comuns, contra as quais os antibióticos são ineficazes.

Neste estudo, liderado por Michael Moore, do Centro de Investigação em Cuidados Primários da Universidade de Southampton, Reino Unido, financiado pelo Instituto Nacional de Investigação em Saúde, os investigadores afirmam que usar estas quatro medidas pode ajudar a tratar corretamente os doentes bem como a reduzir o uso desnecessário de antibióticos, que está a criar um aumento das infeções resistentes a medicamentos.

Michael Moore explicou: “Os médicos de família veem um grande número de doentes com sintomas de infeção das vias respiratórias inferiores, como tosse, expetoração, chiadeira e falta de ar. A grande maioria destes doentes tem uma infeção viral, que pode variar entre leve a severa. Mas os antibióticos não funcionam bem nestes doentes e têm efeitos secundários. Eles devem, por isso, ser evitados.

“Por outro lado, cerca de um em cada 20 doentes tem pneumonia. Mais uma vez, a gravidade da pneumonia varia, mas ela pode ser uma doença potencialmente fatal que requer tratamento hospitalar. Em geral, os antibióticos podem ser um tratamento eficaz para a pneumonia.

“É notoriamente difícil distinguir as infeções. Os médicos de clínica geral não conseguem detetar dois em cada três casos de pneumonia, embora aqueles que não são detetados sejam os mais leves, com características menos distintivas. Uma das razões pelas quais os médicos de família oferecem antibióticos é estarem corretamente preocupados com a possibilidade de não terem detetado uma doença grave”.

Michael Moore e os seus colegas estudaram 28.883 doentes que tinham consultado os seus médicos de família em 5.222 centros de saúde no Reino Unido com sinais de uma infeção pulmonar ou nas vias respiratórias, como tosse. A equipa coligiu a informação sobre os sintomas dos doentes, resultados de análises e detalhes sobre o tratamento seguido, tendo continuado a monitorizar os doentes nos 30 dias seguintes.

Um total de 720 doentes fez um raio X, que indicou pneumonia em 115 doentes.

Os investigadores constataram que alguns sinais e sintomas eram mais comuns nos doentes que se descobriu terem pneumonia: febre acima dos 37,8°C, sons crepitantes nos pulmões, frequência cardíaca superior a 100 batimentos por minuto e saturação de oxigénio no sangue inferior a 95%. Eles verificaram que 86,1% dos doentes com pneumonia tinha pelo menos um destes sinais.

Os níveis de oxigénio no sangue podem ser facilmente medidos usando um dispositivo não invasivo chamado oxímetro de pulso, que se encaixa no final de um dedo. No entanto, os oxímetros de pulso são relativamente novos na prática geral e não são usados rotineiramente porque, até agora, não havia evidências convincentes de que ajudassem a detetar a pneumonia.

Michael Moore afirma: “Este estudo mostra que há medições objetivas que indicam se um doente tem ou não pneumonia, e elas são todas fatores que podem ser testados por um médico de família. Em contrapartida, outros sintomas, como a cor da expetoração, não parecem ajudar.

“Este foi o primeiro grande estudo a analisar se a saturação do oxigénio no sangue pode indicar pneumonia, e os seus resultados apoiam o uso do oxímetro de pulso na avaliação dos doentes nos cuidados primários. Não podemos excluir que o seu uso generalizado possa resultar no encaminhamento de mais doentes para o hospital. Por este motivo, a saturação do oxigénio deve ser considerada pelos médicos de família em conjunto com um exame clínico e outros fatores”.

E acrescentou: “O aumento das infeções resistentes a medicamentos é uma prioridade internacional e um fator contribuinte para a resistência a antibióticos é a sua prescrição desnecessária. A maior parte dos doentes com uma infeção nas vias respiratórias inferiores irá recuperar facilmente sem os antibióticos, mas, presentemente, os antibióticos são prescritos a cerca de 60% dos doentes.

“Encontrar formas de identificar os doentes com baixo risco de complicações deve ajudar a reduzir este número. Se a prescrição de antibióticos for restringida a pessoas que têm um ou mais destes sinais, isso pode resultar numa redução substancial nas prescrições desnecessárias para as infeções nas vias respiratórias”.

A equipa de Michael Moore vai continuar a estudar este tipo de infeções respiratórias e testar se estes resultados podem ser implementados na prática clínica de rotina para melhorar o diagnóstico e a prescrição de antibióticos apenas àqueles que verdadeiramente necessitam.

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Fonte
Univadis

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