Saúde e bem-estar

Efeitos de não dormir o suficiente podem comparar-se a danos mentais ligeiros

Um professor e especialista do sono britânico não poupa nas palavras para alertar para os efeitos perigosos, tanto a nível físico como psicológico, de ter poucas horas de sono. E por vezes basta uma noite mal dormida para estes se fazerem sentir

Com tanta coisa para fazer no dia-a-dia, o sono reparador fica, muitas vezes, para trás. Com isso em mente, um especialista do sono, contactado pela Tech Insider, Matthew Walker, professor de neurociência e psicologia na University of California Berkeley e autor do livro Why We Sleep, gravou um vídeo em que explica as consequências drásticas da privação de sono na saúde, a curto e a longo prazo – A vigília prolongada, “essencialmente, é um dano cerebral ligeiro”, resume.

Primeiro que tudo, dormir pouco faz com que nos seja difícil criar novas memórias.

“Sabemos com certeza que a falta de sono vai impedir o cérebro de ser capaz de criar novas memórias; é quase como se, sem sono, a caixa de entrada de memórias do cérebro se fechasse e não pudéssemos guardar na memória novas experiÊncias”, explica Walker.

Mas isso nem é o mais grave. Segundo o especialista, a falta de sono faz com que o cérebro não consiga eliminar eficazmente uma proteína tóxica que lá se acumula, a beta amiloide, associada à doença de Alzheimer, como tinha concluído um estudo norte-americano, realizado na Universidade de Kentucky.

“É durante o sono profundo à noite que um ‘sistema de esgotos’ no interior do cérebro começa a funcionar a alta velocidade e a eliminar esta proteína tóxica, a beta amiloide”, diz o especialista.

“Se não está a dormir o suficiente todas as noites, mais dessa proteína relacionada ao Alzheimer se vai acumular. Quanto mais proteína se acumular, maiores os riscos de desenvolver demência mais tarde na vida”.

O sistema reprodutor também é afetado pelas noites mal dormidas. E principalmente o masculino: os homens que dormem apenas cinco a seis horas por noite apresentam níveis de testosterona equivalentes a alguém 10 anos mais velho.

Dormir pouco também pode ser sinónimo de ficar doente mais facilmente. Segundo Walker, também o sistema imunitário sofre com a falta de sono.

“Depois de apenas uma noite de quatro a cinco horas de sono, há uma redução de 70% nas células imunitárias anticancerígenas chamadas células NK.” Esta redução pode deixar o corpo mais vulnerável ao desenvolvimento de cancro dos intestinos, da próstata e da mama.

A ligação entre a falta de sono e o cancro fez mesmo com que a Organização Mundial de Saúde classificasse alguns trabalhos com turnos noturnos como potenciais carcinogénicos, devido à forma como podem perturbam o nosso ritmo circadiano.

Para além do combate ao cancro, as células NK têm também um importante papel no combate ao Alzheimer, defende um estudo da Tehran University of Medical Sciences, no Irão, o que agrava ainda mais as potencialidades de desenvolver esta doença caso não se tenha atenção aos horários de sono.

Uma boa noite de sono ajuda a controlar a pressão cardiovascular. É durante o sono profundo que a pressão arterial baixa para níveis muito reduzidos, o que contribui para o bom funcionamento geral do sistema cardiovascular. “Se não dormir o suficiente, não vai receber o tal ‘reiniciar’ do sistema cardiovascular, e a pressão arterial vai subir”, explica Walker. Dormir uma média de seis ou menos horas por noite aumenta o risco de ataques cardíacos fatais em 200%. Um estudo norte-americano chamado Sleep Disorders and Sleep Deprivation: An Unmet Public Health Problem defende que, para além da hipertensão, a falta de sono pode levar a vários outros problemas de saúde como obesidade, diabetes, sintomas de ansiedade, depressões e alcoolismo.

Para finalizar, o especialista coloca a questão: afinal, quanto tempo conseguimos estar acordados até começarmos a sentir-nos física e mentalmente debilitados?

“Quando estamos acordados por mais de 16 horas, é quando começamos a ver deterioração mental e física no corpo”, responde prontamente.

“Sabemos que após se estar acordado durante 19 ou 20 horas, a capacidade mental está tão debilitada que ficaríamos tão ineficientes como alguém que estivesse a conduzir alcoolizado”.

Um estudo a nível internacional realizado pela norte-americana National Sleep Foundation concluiu que o tempo diário ideal de sono de uma pessoa diminui quanto mais aumenta a sua idade – um adulto de meia-idade deve dormir entre sete e oito horas por dia.

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