Enfermeiros criticam novo concurso do INEM
O novo concurso para aluguer de helicópteros do INEM indica que a empresa vencedora terá também de fornecer enfermeiros e médicos. As ordens profissionais não concordam e temem que a qualidade do serviço seja posta em causa.
A inclusão da equipa de saúde no contrato de aluguer de quatro helicópteros foi justificada pela dificuldade que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem “para garantir as escalas dos médicos e enfermeiros”. Segundo a resolução do Conselho de Ministros, assim, “o custo associado às equipas médicas deixa de ser suportado diretamente pelo INEM, para passar a estar incluído no contrato de prestação de serviços”.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) já mostrou o seu desagrado: “Quem vai avaliar as competências destes médicos e enfermeiros? É uma clara desresponsabilização do INEM”, diz Ana Rita Cavaco, frisando que “a prestação de cuidados pode ser muito afetada em qualidade e segurança” e que “a mais-valia de quem faz serviço nestes meios é o conhecimento que traz dos serviços onde trabalha: urgências ou cuidados intensivos”.
“Enfermeiros e médicos não são bens materiais que podem ser incluídos num concurso de aluguer de helicópteros”, salienta a responsável.
Miguel Guimarães, bastonário dos médicos, diz que isto é “um mau princípio” e também receia que a medida possa prejudicar os cuidados prestados. “O INEM ficar dependente de uma empresa que contrata pessoas em prestação de serviço, a probabilidade de falhas é maior. Os profissionais do helicóptero têm de ser pessoas altamente treinadas”, reforça.
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