Cuidados de Enfermagem na Hidrocefalia
É uma entidade patológica caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido cefaloraquidiano (LCR), geralmente sob pressão, em decorrência de drenagem obstruída ( estenose do aqueduto de Sylvius), produzindo a dilatação passiva dos ventrículos.
FISIOPATOLOGIA
Podem ser classificadas em três causas:
- Secreção excessiva: causada por papiloma do plexo corióide, ou tumor composto de um grande conglomerado de estruturas coróides semelhantes ao plexo coróide, o qual produz grandes quantidades de líquido cefalorraquidiano.
- Não-comunicante (intraventricular): a circulação do líquido cefalorraquidiano está obstruída em algum lugar do sistema ventricular, impedindo seu fluxo para os espaços subaracnóides. Esse tipo é às vezes chamado hidrocefalia obstrutiva;
- Comunicante (extraventricular): não há interferência no fluxo de líquido cefalorraquidiano no interior do sistema ventricular. As passagens encontram-se abertas, de modo que o LCR movimenta-se livremente para o espaço subaracnóide, espinhal, porém não é absorvido do espaço subaracnóide cerebral
Causas
- A maioria dos casos de hidrocefalia não-comunicante decorre de malformações do desenvolvimento, e embora o defeito geralmente se evidencie no início do 1º ano de vida, pode tornar-se visível em qualquer época, desde o período pré-natal até o fim da infância ou no início da idade adulta.
- Neoplasias;
- Infecções;
- Traumatismo – do nascimento aos dois anos de idade, a maioria dos casos de hidrocefalia resultam da malformação de Arnold Chiari (uma anomalia congênita na qual o cerebelo e o bulbo se estendem através do forame magno), estenose do aqueduto ou um tumor glial do aqueduto.
- História de infecção intra-uterina;
- Hemorragia perinatal (anóxica ou traumática);
- Meningoencefalite neonatal (bacteriana ou viral).
QUADRO CLINICO
Aumento excessivo do perímetro cefálico;
Sinal do “sol poente”;
Fontanela tensa;
Veias do couro cabeludo ingurgitada;
Hipertensão intracraniana;
Convulsão;
Retardo no desenvolvimento ( os atos reflexos iniciais podem persistir, e as respostas normalmente esperadas não acontecem, indicando a incapacidade de desenvolvimento da inibição cortical normal);
Dificuldade na sucção e alimentação;
Choro estridente, curto e agudo;
Êmese;
Sonolência;
Dificuldade cardiopulmonar;
Coriorretinite ou microftalmia ( nas cças que sofreram infecção fetal);
Irritabilidade;
Opistótono.
Espasticidade dos MMII
SINAIS E SINTOMAS
Cefaléia ao acordar;
Vómito;
Edema de papila;
Estrabismo;
Sinais do trato extrapiramidal, como ataxia;
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
Perímetro cefálico diário
Tomografia axial computadorizada( revela ventrículos aumentados).
TRATAMENTO CIRÚRGICO
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA COM HIDROCEFALIA
METAS E RESPONSABILIDADES:
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Troca de gases prejudicada;
Mobilidade física prejudicada;
Comunicação prejudicada;
Integridade tissular prejudicada;
Risco para infecção.
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
Medir diariamente o perímetro cefálico;
Exame da fontanela (sinais de abaulamento, tensão e separação);
Observar quanto a sinais de hipertensão intracraniana;
Auxiliar nos procedimentos de diagnóstico por exemplo, punção ventricular.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Prevenção de lesões de decúbito na cabeça:
Instituir medidas de higiene geral e cuidados de pele
Mudar a posição a cada duas horas; ao movimentar manter a cabeça apoiada p/ evitar tensão extra sobre o pescoço;
Manutenção da hidratação e da nutrição:
Instituir horários de refeições flexíveis;
Oferecer refeições pequenas e freqüentes;
Aplicação de medidas de conforto:
Realizar higiene geral;
Proporcionar estimulação tátil;
Encorajar a participação dos pais aos cuidados;
Redução da ansiedade dos pais:
Oferecer apoio aos pais;
Explicar os procedimentos e o plano médico;
Responder às perguntas;
Oferecer orientação antecipada;
Orientação quanto à assistência pós-hospitalização:
Encaminhar a instituição adequada (saúde pública, serviço social, serviços especiais de pediatria);
Providenciar colocação em instituição de assistência a longo prazo.