Saúde e bem-estar

Ao fim de um ano, 7% dos doentes desenvolvem úlcera de pé diabético

Um estudo desenvolvido pelo Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis), que analisou dados de pacientes com diabetes seguidos em três unidades de saúde do Norte, revelou que, ao fim de um ano, 7% dos doentes desenvolveram úlcera de pé diabético.

A investigação, intitulada «Diabetic foot ulcer development risk classifications’ validation: A multicentre prospective cohort study», publicado no jornal Diabetes Research and Clinical Practice, analisou dados de 446 pessoas com diabetes e sem úlcera de pé diabético, seguidas no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, na Consulta Multidisciplinar de Pé Diabético, e em duas Unidades de Saúde Familiar do Norte de Portugal.

Entre as variáveis analisadas, essenciais para uma correta estratificação do risco dos doentes, estavam, nomeadamente, problemas de visão ou físicos, deformidade dos pés, onicomicoses, doença arterial periférica, neuropatia diabética periférica, sensibilidade alterada, história de úlcera ou de amputação da extremidade inferior, entre outros.

Entre os 446 indivíduos incluídos (223 do hospital e 223 dos cuidados primários), em média a idade era de 65 anos, o índice de massa corporal era de 29 kg/m2 e a duração do diagnóstico era de 13 anos. Sensivelmente 50% eram homens. A esmagadora maioria (99%) tinha diabetes tipo 2, sendo que 69% usavam apenas antidiabéticos orais para o controlo da glicemia.

De acordo com autora do estudo, a cientista Matilde Monteiro Soares, no final de um ano «7% dos indivíduos com diabetes desenvolveram úlcera de pé diabético, 1,6% sofreram uma amputação (minor ou major) e 4% morreram. A maioria dos eventos ocorreu em pessoas seguidas em ambiente hospitalar, que eram também os que apresentavam maior duração da diabetes e mais complicações decorrentes da doença».

Assinado também por outro investigador do Cintesis, Mário Dinis Ribeiro, este é o primeiro estudo prospetivo a validar todas as classificações de risco utilizadas no pé diabético em pessoas sem úlcera ativa.

Este estudo demonstrou que «as diferentes classificações existentes (incluindo a utilizada pelo nosso Serviço Nacional de Saúde) são equiparáveis e robustas para identificar adequadamente os sujeitos em risco de desenvolver uma úlcera de pé diabético», lê-se na nota publicada no site do Cintesis. Todas as variáveis incluídas nas classificações, exceto a tinea pedis e o calçado, estiveram associadas a um maior risco de desenvolvimento de úlcera de pé diabético a um ano.

«A maior duração da diabetes, o uso de insulina e a presença de mais do que um sintoma da neuropatia diabética periférica (DPN) e dor em repouso também revelaram uma associação estatisticamente significativa com o resultado», explica a autora do estudo na nota à Imprensa.

A investigadora do Cintesis sugere que a classificação do risco inclua também a duração da diabetes, dado que se provou estar associada ao desenvolvimento de úlcera de pé diabético, e recomenda um reforço da educação dos doentes para o autocuidado (como a hidratação, o cuidado das unhas e o calçado), sobretudo entre os mais idosos.

Matilde Monteiro Soares aconselha ainda uma maior atenção às questões estéticas na hora de prescrever um calçado, dado que as mulheres são quem apresenta mais resistência ao seu uso.

No futuro, deverão ser desenvolvidos estudos que avaliem a validade destas classificações assim como o impacto da adesão ao autocuidado na prevenção da úlcera do pé diabético a longo prazo.

O estudo pode ser consultado na íntegra aqui

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Fonte
Univadis

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