Atualidade

Diretores do Hospital de Gaia preparam demissões em bloco

Depois dos abandonos no Hospital de São José e na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, é a vez de os diretores do Norte do país darem sinais de insatisfação. O caso já foi entregue à Ordem dos Médicos, que vai liderar o processo.

A carta de demissão conjunta ainda não foi entregue, mas estará por dias. Os diretores do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) reuniram-se esta quarta-feira à noite na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos para preparar um ultimato ao conselho de administração.

O objetivo, sabe o V, é sublinhar as necessidades urgentes do hospital.

Os edifícios da unidade de saúde faziam parte de um antigo sanatório, que foi entretanto reaproveitado. Os diretores consideram que estes edifícios não têm condições mínimas para acolher doentes, não estão preparados para as exigências da medicina moderna e que o investimento feito em obras não se reflete em espaços funcionais para os médicos.

Faltas de casas de banho e pavilhões vazios

A expressão usada mais vezes pelos diretores de serviço ouvidos pelo V é “falta de dignidade”.

As enfermarias são velhas, com camas em excesso e sem recursos básicos, como casas de banho ou copas de serviço para os enfermeiros. Um pavilhão que foi recentemente construído para ligar unidades está “vazio e sem equipamento”.

Outro ponto essencial que tem sido discutido pelo diretor clínico e pela administração do CHVNG/E é a escassez de recursos humanos: o número de técnicos e assistentes operacionais é baixo e o de enfermeiros continua a ser insuficiente. Segundo um dos diretores de serviço do hospital, os profissionais “estão exaustos”.

O último ponto da carta, que deverá ser tornada pública nas próximas semanas, abordará o estado dos equipamentos usados no hospital. O material está “desatualizado” e precisa de ser “melhorado”.

Um dos diretores de serviço que falaram com o V, pedindo para não serem identificados, mencionou ainda a sua surpresa por o CHVNG/E, que serve o terceiro concelho mais populoso do país, ter metade do orçamento do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que não cuida de tanta gente. “Há uma disparidade enorme nos orçamentos”, diz.

Seis reuniões em mês e meio

A demissão dos diretores tem sido um processo complicado. Esta é a terceira vez que os médicos do CHVNG/E se tentam afastar dos cargos superiores, mas o presidente do conselho de administração tem evitado a saída em bloco.

No último mês e meio houve seis reuniões entre diretores e administração para discutir o estado do hospital, que chegaram mesmo a resultar na demissão da diretora da Unidade de Gestão Intermédia de Pneumologia e Tórax.

Agora, o processo vai ser gerido com pinças pelo bastonário da Ordem dos Médicos, depois de a reunião de quarta-feira à noite ter contado com 33 diretores de serviço e chefes de equipa de urgência, que pediram um desfecho rápido.

A confirmar-se, este será o terceiro episódio de demissões conjuntas de diretores de hospitais em menos de um mês, depois das saídas no Centro Hospital de Lisboa Central (São José) e na Maternidade Alfredo da Costa. No caso lisboeta, a maior crítica tem sido a falta de técnicos e enfermeiros e foi deixado o alerta para a situação crítica da falta de pessoal nas urgências.

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