opinião

LEALDADE E TRANSPARÊNCIA DOS ENFERMEIROS PORTUGUESES NA GREVE CIRÚRGICA

LEALDADE E TRANSPARÊNCIA DOS ENFERMEIROS PORTUGUESES NA GREVE CIRÚRGICA

Os ENFERMEIROS PORTUGUESES, particularmente os Colegas dos Blocos Operatórios de cinco centros hospitalares e universitários, vivem uma “GREVE CIRÚRGICA”, que se iniciou com o movimento espontâneo de ENFERMEIROS na recolha de fundos para financiar os Colegas que aderissem e, que depois, foi decretada pelos Sindicatos ASPE e SINDEPOR, no escrupuloso cumprimento da Lei e dos preceitos legais, vigentes no País democrático, que é Portugal.

Esta GREVE CIRÚRGICA desencadeada pelos ENFERMEIROS tem como origem a passividade, desinteresse, omissão, diálogo de surdos, vitupério, insidia, falta de respeito e relativização, que ao longo dos anos, os diferentes governos, votaram e vetaram os ENFERMEIROS PORTUGUESES, sem carreira e sem progressão há mais de 14 anos, sem reconhecimento das suas formações superiores e académicas e das responsabilidades que assumem nos serviços, desde a prestação de cuidados de saúde, seja nos cuidados primários, seja nos diferenciados e hospitalares, bem como na gestão destes serviços e unidades.

Com o decorrer desta “GREVE CIRÚRGICA”, milhares de cirurgias programadas têm sido adiadas. Mas estão assegurados os serviços mínimos, de urgência e de oncologia.

Perante esta forma de luta, a Srª. Ministra da Saúde. Profª. Doutora Marta Temido, pediu um parecer ao Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República. Parecer este, que veio dar razão, quer na legitimidade da GREVE CIRÚRGICA, quer na legalidade da mesma. Contudo a Srª. Ministra da Saúde faz uma leitura, conforme a conveniência dela, contrariando abusivamente o princípio constitucional e a lei da greve. Percebemos e registamos o seu desespero, Srª. Ministra da Saúde!

Para além destas dúvidas da titular da pasta da Saúde, o Presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, também veio dar o seu palpite, como se fosse dono de todo o saber e da única verdade, a dele. Alguns canais de televisão e Imprensa escrita e outros agitadores, têm invertido ou desvirtuado a implicação e profundidade desta greve. Manipulados? Vendidos? Não sei! Mas todas as possibilidades são, de alguma forma, plausíveis.

Colegas ENFERMEIROS PORTUGUESES, estes mesmos donos de opiniões e verdades tendenciosas, são os mesmos que, quando têm familiares internados ou eles próprios estão nesta situação, apoiam-se nos ENFERMEIROS e verbalizam frases e pedidos como: “Sr. Enfermeiro/a, cuide bem do meu Pai/Mãe/Familiar; Sr. Enfermeiro/a não desampare o meu filho/a; Sr. Enfermeiro/a peço-lhe que junto do médico me ajude a resolver o meu problema. Sr. Enfermeiro/a obrigado por me ajudar neste momento difícil; Sr. Enfermeiro/a aprecio e dou um valor imenso à Vossa Profissão; Se não fossem os Enfermeiros…. Não sei o que seria”. Etc.; Etc. Etc.

Perante o desenrolar desta GREVE CIRÚRGICA, temos considerado e registado várias coisas:

  • Que efectivamente, aqueles que diziam dar tudo pelo SNS, mostram afinal que os interesses são outros;
  • Que as listas de espera, afinal, não são consequência nem da GREVE CIRÚRGICA, nem dos ENFERMEIROS PORTUGUESES;
  • Que afinal, os ENFERMEIROS são imprescindíveis nas diferentes unidades de Saúde;
  • Que temos razão nas reivindicações que fazemos, porque são justas, oportunas e honestas;
  • Que estremecemos alguns alicerces, mais do que julgávamos, com interesses instalados. Por isso toda esta campanha orquestrada, ora pela Ordem dos Médicos Norte, ora pela Comunicação Social e agora com as interpretações “a la carte” da Srª. Ministra da Saúde;
  • Que apesar de dentro da mesma classe, existem Sindicatos com outros interesses que não os dos ENFERMEIROS PORTUGUESES, e que disso não haja dúvida alguma: são evidências;
  • Que o poder político, quer seja do Governo, da situação, da Presidência da República ou da oposição, andam ocupados, perdidos e distraídos com coisas raríssimas, presenças e viagens da Assembleia da República e touradas, mas não com os Cidadãos/Utentes/Doentes/Famílias e, muito menos com o SNS;
  • Que a Imprensa é tendenciosa, está manipulada e é instrumentalizada;

Depois do que temos visto e ouvido, sabemos que só podemos contar connosco. Somos uma força enorme. Pautamo-nos pelo cumprimento de preceitos legais, somos dedicados e abnegados às causas e ao próximo, mas temos o direito de não fazer caridade pela caridade, de exigir respeito e de não admitir a promiscuidade de outras profissões, numa luta e reivindicação que só aos ENFERMEIROS diz respeito.

Colegas ENFERMEIROS PORTUGUESES, as pressões vão continuar em crescendo. A manipulação da verdade vai acontecer todos os dias. Vai haver muitos meios instrumentalizados e usados para nos iludir, descredibilizar, atemorizar e dividir. Começando até por algum dos Sindicatos da nossa Classe Profissional. Mas se nos mantivermos unidos, sem medo, coerentes, firmes e verdadeiros, somos destemidos e levaremos esta nossa luta até ao fim.

“Unidos, ficaremos de pé, dividindo-nos, cairemos.”- Charles Dickens 1812-1870

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES! Assim o queiramos e saibamos sê-lo!

Humberto Domingues

Enf. Espec. Saúde Comunitária

2018.12.02 – 16h00

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