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Sindicato acusa hospitais de agirem de má fé para forçarem requisição civil

Em declarações à Lusa a propósito das afirmações do diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Porto, que na terça-feira disse que os serviços mínimos não tinham sido cumpridos, Lúcia Leite, da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), referiu que a administração hospitalar agiu de má fé.

“O senhor diretor fala em 12 salas que foram agendadas, ora 12 salas são todas as salas do bloco operatório do Hospital de Santo António”, afirmou Lúcia Leite, sublinhando: “O que os senhores que se põem a jeito para fazer favores ao Governo fizeram foi marcar doentes prioritários, alguns já com tempo de resposta máxima ultrapassado, em todas as salas, como se não estivéssemos em greve”, disse.

Lúcia Leite considera que esta foi uma atitude “de má fé” para dar argumentos ao Governo para avançar para a requisição civil, e diz que houve uma atitude concertada por parte das várias instituições”. “O que aconteceu foi uma atitude concertada por parte das várias instituições (…) para agendamentos por períodos mais longos, com doentes a mais para o período operatório. Quem faz o plano sabe que, no fim do dia, por muito que todos trabalhássemos, iam sobrar doentes para operar”, afirmou.

Primeiro ministro diz que greve chegou ao limite

 

“Queremos agir com a firmeza necessária, mas com a justiça devida. Chegámos ao limite daquilo que podíamos aceitar. Se for necessário, iremos utilizar esse instituto jurídico”, declarou António Costa, quando questionado sobre se o Governo tenciona recorrer à requisição civil para travar as consequências das greves dos enfermeiros.

“Foram buscar doentes não sei onde para agendar todos os que encaixassem nos tempos de resposta máxima garantida e, portanto, são todos prioritários. Isto demonstra que desde janeiro, que não houve greve nenhuma, deixaram doentes prioritários por operar. Se tinham todos os enfermeiros a funcionar sem estarem em greve porque é que não operaram os doentes prioritários no mês em que não houve greve?”, questionou.

A responsável acusa ainda os concelhos de administração de quererem ter equipas de serviços mínimo ‘self service’ quando a greve “não é ‘self-service’”. “O que dizem é, hoje preciso de cinco equipas de enfermeiros em serviços mínimos, amanhã de duas, no dia seguinte de três e o que nós dissemos como sindicato foi de que não há equipas em ‘self-service’ como não há greve ‘self-service’”, explicou Lúcia Leite.

A dirigente sindical disse ainda que “os conselhos de administração têm instruções do Governo para não fazerem acordos com os sindicatos” sobre os serviços mínimos, o que aconteceu na greve anterior.

“Tal como aconteceu na greve a anterior, nós acordamos com os serviços tendo em conta o número de doentes em fila de espera e as características da unidade”, explicou a responsável, adiantando que “todas as instituições agendaram doentes prioritários numa quantidade que era impossível de salvaguardar”.

Lúcia Leite disse ainda que há uma “instrumentalização para a opinião pública”, explicando que “o facto de o doente ser prioritário não quer dizer que tenha de ser operado hoje (…).

“Por exemplo, os oncológicos de grau II, de acordo com a lei, têm 15 dias para serem agendados”, explicou.

“O que as equipas médicas deveriam estar a fazer era organizar os seus horários para responder às necessidades dos doentes tendo em conta que estamos numa situação de crise. (…) Gostava de perceber como é que equipas que se recusam a operar doentes de tarde porque o seu horário é de manhã (…) depois acham que têm o direito de instrumentalizar o sistema”, acrescentou.

Esta segunda greve dos enfermeiros às cirurgias programadas começou no passado dia 31 de janeiro e prolonga-se até ao final de fevereiro. A primeira ‘greve cirúrgica’, como tem sido denominada pelos profissionais, decorreu entre 22 de novembro e 31 de dezembro.

LUSA

Fonte: Saúde Online

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