Estudo aponta para a falta de um milhar de enfermeiros nos cuidados continuados do centro do país
O estudo incidiu em 29 das 112 UCCI da região Centro, que abrange os distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu.
Em declarações à agência Lusa, o enfermeiro João Neves, um dos responsáveis pelo estudo, disse que naquelas unidades faltam, no total, 1.072 enfermeiros, “à luz da norma existente na Ordem dos Enfermeiros”.
“Este défice causa vários impactos, nomeadamente ao nível da segurança dos cuidados prestados e de prevenção para a saúde”, salientou.
De acordo com João Neves, os doentes das UCCI apresentam um alto nível de risco, “pelo que se não houver enfermeiros em número suficiente para os acompanhar os riscos são ainda maiores”.
Os enfermeiros ao serviço destas unidades são também “muito jovens (51,6%), sem especialização (93,6%) e pouca experiência, muitos deles com contratos de prestação de serviços (49,4%)” e metade a trabalhar em part-time.
João Neves considera que é necessário demonstrar que o normativo legal tem de ser revisto, o que irá aumentar o défice de enfermeiros nas unidades, de forma a evitar que durante a noite não esteja apenas um enfermeiro de serviço em UCCI de 30 utentes, por exemplo.
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