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O testemunho de Joana Teles sobre a Doença de Crohn

“Vamos falar de DII?”, foi com estas palavras que Joana Teles começou a publicação que fez na sua página de Instagram, na manhã desta quinta-feira.

Uma partilha onde fala sobre a Doença de Crohn, diagnóstico que recebeu quando tinha 21 anos. “Há realmente muito peso em cima desta doença. Não só por ser crónica, mas porque é altamente limitante e nalguns casos dramática. Vivi mais de 10 anos da minha vida com o diagnóstico e se hoje me perguntas se a tenho, digo-te que não. Mas vamos por partes“, escreveu.

Recordando o dia em que recebeu o diagnóstico, disse: “Na altura estudava enfermagem e poucas semanas depois tive contacto com uma paciente num estado muito grave e limite da doença. Já não comia, era alimentada por uma sonda, tinha uma ostomia e uma qualidade de vida muito reduzida. Aquele impacto com uma realidade de sobrevivência a esta doença, fez-me pensar que não era aquilo que queria para mim e que se havia sido eu a provocar a doença também seria eu que iria tratá-la“.

“O stress é um dos maiores responsáveis pela doença e eu acreditava que teria sido esse o meu fator desencadeador. Comecei por fazer tudo o que podia para não estar nesse estado. Também comecei por analisar cada alimento ingerido e a perceber a reação do meu corpo. Anotava tudo num bloco. Bani leite, pão de trigo, meias de leite (que amava) e laranjas. Nas alturas de crises agudas, nada de fruta ou legumes (custava-me horrores) mas ficava logo melhor. Reforcei a atividade física, a nutrição saudável e comecei a meditar”, lembrou.

Mas não ficou por aqui e contou ainda que se apercebeu também “que ficava mal (bastante mal, aliás) com uma medicação específica”. “Falava com a minha médica a propósito da reação e a resposta era ‘mas tem de fazer’. Felizmente ouvi o meu corpo, deixei de a fazer e fiquei muito melhor. Partilhei com a médica e ambas concordamos em ficar apenas com a medição oral”, acrescentou.

Continuei focada em escutar o meu corpo e a respeitá-lo. Com o passar do tempo as crises eram cada vez mais espaçadas e eu senti-me segura em largar a medicação com apoio médico, suportada pelo meu bem estar físico e emocional, e por ter escutado por parte da minha médica ‘creio que houve um erro de diagnóstico'”, revelou.

Na mesma publicação, a apresentadora da RTP explicou ainda: “Se eu tive Doença de Crohn? Tive. Se foi ligeira? Sim, porque fui a tempo. Se eu respeitei o meu corpo e o ajudei a curar-se? Sem dúvida que sim“.

“O que aqui partilhei convosco – de uma forma muito resumida – é a minha realidade e a forma como encarei e vivi a doença. Digo-vos que o faço com alguma apreensão, esperando que entendam que tudo isto funcionou comigo e que pode não funcionar com outros. Esta é uma partilha que pretende acrescentar alguma coisa de positivo porque entendo bem o peso e as várias facetas desta doença que pode ser tão mas tão limitante a ponto de nos roubar a dignidade“, destacou, referindo que com isto não quer dizer às pessoas que sofram desta doença que “deixem de tomar a medicação”, ou “minimizarem os sinais do corpo ou mudarem drasticamente os hábitos”.

Digo-vos sim que é FULCRAL pararem, perceberem e escutarem o vosso corpo. Quando e porque reage mal. Escutar este diagnóstico crónico – numa fase em que estamos tão vulneráveis – é assumido com dor e como uma verdade irrefutável. Sentimos como uma sentença; um caminho penoso e sem saída. E como assim nos é mostrado e estamos tão frágeis, não questionamos. Tomamos a medicação, rezamos para não sermos operados e ostomizados, assumimos perda de sangue, de peso e fortes dores abdominais como normais. ‘É mais uma crise’. Não, não é normal. Não, não tem de ser sempre assim”, realçou.

Joana continuou o seu texto reconhecendo que, “infelizmente, a maior parte das pessoas viverá com esta doença porque uma vez numa fase avançada, é muito complicada de controlar”.

Não imaginam a quantidade de pessoas que conheço que têm a doença. Sabem que cuidados têm? Nenhuns! Porquê? Não entendo. A maior parte até fuma! Fumar que é das piores coisas que um doente de Crohn pode fazer. Que melhorias podemos esperar se sucumbimos única e exclusivamente a uma medicação como sendo a salvação? A cura pode nunca chegar mas uma melhor qualidade de vida seguramente que sim”, salientou, deixando ainda um conselho.

Cuidem do vosso corpo como o templo que ele é. Os episódios agudos vão reduzir-se e sentir-se-ão melhores. Falem de tudo com o vosso médico e empenhem-se em ser mais unos com o vosso corpo. Um diagnóstico não tem de ser um fim em si. Despeço-me com muito respeito e carinho por todos, esperando ter ajudado de alguma forma”, concluiu.

Leia Também: Joana Teles deixa “mensagem aos espertalhaços e egoístas deste país”

Fonte: Lifestyle Sapo

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