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Epidemiologista defende que testagem é a “arma principal” e não o confinamento

“A testagem é a arma principal que nós devemos usar e não o confinamento”, afirmou o investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa na reunião no Infarmed (Lisboa), que reuniu investigadores, o primeiro-ministro, o Presidente da República, ministros, partidos, confederações patronais, estruturas sindicais e conselheiros de Estado.

Carmo Gomes exemplificou como uma imagem que foi apresentada numa das primeiras reuniões do Infarmed e que mostra como a testagem é importante.

Essa imagem mostra que o vírus SARS-Cov-2, que causa a Covid-19, se comporta como “uma mola em que é preciso usar uma mão ou um pé para manter a mola pressionada para baixo, caso contrário ela dispara”, nesta situação o número de casos aumenta exponencialmente.

“Neste momento, estamos a pôr o pé na mola porque estamos todos em casa (…) mas como vamos sair deste confinamento sem deixar que a mola venha por aí acima outra vez e eventualmente agravada pela presença das variantes”, questionou.

No seu entender, a resposta é “uma estratégia de testagem”, que inclui “três linhas vermelhas” que são “discutíveis”.

“Podemos mudá-las, ajustá-las, mas são três linhas vermelhas que se forem ultrapassadas, qualquer uma delas, nós temos que responder em força preferencialmente com um grande aumento da testagem para evitar o confinamento”, defendeu.

Essas linhas vermelhas são ter um ‘R’ (índice de transmissibilidade) que não ultrapasse 1,1 pelo menos durante demasiados dias.

Por isso, defendeu, Portugal tem ter uma percentagem de testes positivos abaixo dos 10%, sendo o ideal cerca de 5% de positividade.

“O resultado que podemos ver na percentagem de testes positivos é que enquanto em Portugal nós andamos sistematicamente atrás da incidência, e depois tivemos esta subida após o Natal, a Dinamarca conseguiu manter a percentagem de testes positivos relativamente baixa devido a esta resposta”, observou.

O objetivo é “muito simples: reduzir o número de casos muito depressa e não permitir que a curva epidémica suba”, ganhando tempo para “vacinar o maior número possível de pessoas o mais depressa possível”.

A incidência não deve ultrapassar os dois mil novos casos por dia, o que corresponderia aproximadamente a 1.500 pessoas hospitalizadas e cerca de 200 em cuidados intensivos.

Manuel do Carmo Gomes ressalvou que a sua exposição é “uma reflexão” que deve ser feita, olhando para estes critérios que “são muito objetivos”.

“Devemos publicitá-los e agir decididamente quando uma destas linhas é ultrapassada”, vincou.

Paralelamente, é preciso fazer “um grande esforço para travar a importação das variantes, através de ações decisivas nos pontos de entrada e saída do país”, e aumentar a vigilância que o Instituto Ricardo Jorge tem vindo a conduzir.

Para Carmo Gomes, são necessárias “regras objetivas, conhecidas por todos com antecedência” acerca de quando é que se deve confinar e quando de se pode desconfinar.

“Nós fomos sucessivamente adotando medidas de contingência, estado de emergência, medidas de confinamento, fins de semana etc, e andamos permanentemente sem conseguir travar de forma definitiva o crescendo da epidemia”, disse, advertindo que “a sociedade começa a dividir-se”, entre os que acham que as medidas são excessivas e os que consideram que são escassas.

LUSA/HN

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