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Finalmente o que é o Gap CO2?!

O Gap (lacuna; diferença) é a diferença entre a pressão parcial de CO2 venoso (pvCO2) e a pressão parcial de CO2 arterial (paCO2). O primeiro a publicar sobre o uso do Gap na prática foi Durkin em 1993. Foi ele quem primeiro associou o Gap ao índice cardíaco como medidas inversamente proporcionais. Esse trabalho inicial despertou um grande interesse pelo fato de ser uma medida extremamente simples de ser medida e por ser capaz de avaliar qualitativamente se o índice cardíaco estaria baixo ou elevado.

CO2gap = pvCO2 – paCO2
ou
CO2gap = p(v-a)CO2

A medida quantitativa do índice cardíaco é feita através do cateter de artéria pulmonar (Cateter de Swan-Ganz), algo que exige um material de alto custo, um treinamento especializado para a inserção do cateter e também para a análise dos seus dados. Além de tudo isso, é um procedimento muito invasivo e com riscos consideráveis.

O Gap de CO2, por sua vez, é muito simples de ser feito porque depende apenas da coleta do sangue venoso central (trabalhos mais recentes) ou sangue venoso misto (trabalhos mais antigos) e do sangue arterial coletado em artéria radial ou femoral. Um simples cálculo de subtração que estima o índice cardíaco, traz para a prática clínica uma imensa vantagem por ser mais rápido e principalmente menos invasivo.

Trabalhos experimentais estudaram a relação entre o Gap com a hipoxemia hipóxica e a hipoxemia isquêmica. No primeiro caso foi reduzida artificialmente a oferta de O2 sem alteração do débito cardíaco nos animais e foi observado que o Gap se mantinha em valores baixos. No segundo caso foi mantida a oferta de O2 e reduzido o débito cardíaco artificialmente (um estudo fez sangria e outro fez cardioplegia química) demonstrando assim, que o Gap ficava elevado.

A partir desses dados, vários estudos de associação foram feitos com seres humanos e ficou cada vez mais claro que o Gap elevado (>5 ou >6; dependendo da referência) significava um baixo débito cardíaco, e isso vale até hoje! A confusão aparece quando se tenta correlacionar o Gap elevado como indicativo de metabolismo anaeróbio, ou com hiperlactetemia, ou com hipovolemia… São muitas as extrapolações para uma medida que infere apenas se o débito cardíaco está elevado ou baixo, simplesmente isso e nada mais.

Portanto, o Gap de CO2 é uma medida de adequação do débito cardíaco, com valores maiores que 5 ou 6, a depender da referência da literatura, representando um débito insuficiente e que não se correlaciona com metabolismo anaeróbio, lactato ou fluidorresponsividade.

Ver também:

Princípios de interpretação da gasometria arterial

Gasometria arterial… como interpretar em 4 etapas

Fonte: https://blincmed.com

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