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47.º Festival de Música Estoril Lisboa abre com homenagem a vítimas da pandemia

O festival, sob a direção artística de José Piñeiro Nagy, evoca nesta edição várias efemérides: o quinto centenário da morte do Rei Manuel I e da viagem de circum-navegação, por Fernão de Magalhães, ao serviço da coroa espanhola, os 75 anos da morte do compositor espanhol Manuel de Falla (1846-1946) e o 95.º aniversário da estreia do seu Concerto para Cravo, composto para Wanda Landowska, estreado em 05 de novembro de 1926, em Barcelona.

Num texto que acompanha a programação, Piñeiro Nagy afirma que a edição deste ano tem como “figura tutelar D. Manuel I”, sustentando as estreias das novas obras de Côrte-Real e Derriça, e a evocação de figuras como Gil Vicente e a emergência do teatro português.

“A dimensão do seu reinado, da expansão que paulatinamente se processou e da relação com o mundo exterior, criou o início de um secular multiculturalismo que se estende aos dias de hoje, só possível graças a um projeto onde o segredo ocupa um lugar preponderante e se expressa, tantas vezes, pelo simbolismo”, justifica o responsável.

O festival conta com as estreias do “Magnificat”, encomendado ao compositor Nuno Côrte-Real, dedicado a Manuel I (1469-1521), e de uma obra baseada no “Auto da Alma”, de Gil Vicente, encomendada a Tiago Derriça.

Da programação consta ainda o “Requiem pelo Venturoso”, cognome do soberano, e que se traduz numa possível “reconstituição musical da Missa de Requiem, aquando da trasladação do corpo do rei para a nova Capela-Mor dos Jerónimos, [em Lisboa], a mando de D. Sebastião, [e que pode], de certo modo, sintetizar o espirito da 47.ª edição do festival”, afirma Nagy.

O “Requiem pelo Venturoso” tem a sua estreia prevista para 26 de novembro, na igreja do Mosteiro dos Jerónimos pelo ensemble Polyphonos, acompanhado por um conjunto instrumental, sob a direção do maestro José Pedro Bruto da Costa, e por Sérgio Silva, em órgão.

A encomenda a Tiago Derriça, dedicada ao quinto centenário da morte de Manuel I, estreia-se no concerto de 03 de dezembro, na igreja dos Jerónimos.

No programa deste concerto, constam ainda as estreias nacionais de “Te Lucis ante terminum” e “Imno Sacro”, de Alberto Colla, “O Magnum Misterium”, de Vito Zuraj, e “Veni Creator”, de Gabriel Erkoreka. Este concerto é protagonizado pelo coral Voces Caelestes, sob a direção de Sérgio Fontão, acompanhado pelo organista João Santos.

O “Magnificat Manuelino”, de Nuno Côrte-Real, estreia-se no dia 16 de dezembro, na igreja de S. Domingos, pela Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Officium Ensemble, sob a direção do compositor.

O festival abre no próximo dia 25, às 21:00, com uma “Homenagem às vítimas e aos que lutam contra a pandemia”, pelo Ensemble Darcos, sob a direção do maestro Nuno Côrte-Real, com os solistas Cátia Moreso (meio-soprano) e Marco Alves dos Santos (tenor), na igreja de S. Roque, em Lisboa.

O festival, este ano, decorre num variado conjunto de cenários, da igreja de traça barroca de S. Roque ao Teatro de S. Carlos, passando pela igreja de S. Domingos e pela Sé Patriarcal, a igreja de S. Vicente de Fora, o Convento dos Cardais e o auditório da Escola Secundária Camões, em Lisboa, assim como pelo Hotel Palácio, no Estoril, e as Casas do Gandarinha-Centro Cultural de Cascais.

O primeiro concerto do festival, em julho, no dia 03, é pela Orquestra Gulbenkian, dirigida pelo maestro Pedro Neves, e o programa é constituído pel”As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz”, de Joseph Haydn.

No dia seguinte, no S. Carlos, toca a Orquestra Sinfónica Portuguesa sob a direção da sua maestrina titular, Joana Carneiro, com um “programa a anunciar”.

No dia 08 de julho, o Coro Gulbenkian, sob a direção do maestro Jorge Matta, apresenta a primeira audição moderna do “Magnificat Octavi Toni”, de Lopes Morago, num concerto na igreja de S. Domingos, intitulado “A grande viagem de D. Manuel I: luz eterna”, no qual acontecerá a estreia nacional de “Lux aeterna”, de Edward Elgar.

O cartaz do festival conta ainda, entre outros, com a Capella de São Vicente sob a direção de Pedro Rodrigues, João Vaz (órgão), Hopkinson Smith (vihuela), os laureados do Concurso de Música de Câmara Vasco Barbosa deste ano, e do organista Olivier Latry, em dois concertos.

Num deles, no dia 12, na Sé Patriarcal, estreia-se em Portugal uma das “Improvisations”, do organista e compositor, num programa que conta com a estreia, também em Portugal, da peça de Thierry Escaich “Evocation II”.

Do cartaz do festival fazem ainda parte grupos de câmara da Escola Superior de Música de Lisboa, o Duo In Harmony e o Coro Infantil do Instituto Gregoriano de Lisboa.

A programação festival, orçado em 220 mil euros, está disponível em https://www.festorilisbon.com/home/.

LUSA/HN

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