Como recuperar o atraso na vacinação decorrente do confinamento? – Saúde Online

A diminuição da cobertura vacinal tem sido uma tendência constante desde o início da pandemia, tendo sido particularmente grave durante o primeiro confinamento, em março de 2020. OMS e UNICEF apressaram-se a alertar para as possíveis consequências desta redução na cobertura vacinal em todo o mundo, sobretudo na população pediátrica. No entanto, são os adolescentes e os grupos de risco aqueles que, de momento, mais preocupam.

Na sessão “O que se passou com a vacinação perdida durante o confinamento?”, decorrida a 29 de junho, no âmbito do evento Light on Vax, os enfermeiros espanhóis Rosa Sancho e Juan Alfonso Martín procuraram responder a esta questão, sugerindo algumas estratégias para a recuperação deste atraso, que, segundo estes profissionais de saúde, pode vir a ter consequência do ponto de vista epidemiológico.

De acordo com a enfermeira Rosa Sancho, uma das estratégias para aumentar a cobertura vacinal em tempos de covid-19 é aproveitar todos os contactos com os serviços de saúde para administrar as vacinas em falta.

Ambos os enfermeiros se mostraram preocupados com os grupos de risco, onde a recuperação da cobertura vacinal está mais atrasada. A este respeito, o enfermeiro Juan Alfonso Martín insiste na importância da desmistificação da ideia de que os serviços de saúde são locais de alto risco para contágio pelo SAR-CoV-2.

Outro grupo que levanta apreensão é o dos adolescentes, que tendencialmente já têm coberturas vacinais abaixo do resto da população e são uma faixa etária em que os contactos com os cuidados de saúde são habitualmente parcos. Neste sentido, Juan Alfonso Martín recomenda que se aproveitem as redes sociais, sms e whatsapp para levar a cabo campanhas de vacinação dirigidas a esta população.

O principal desafio, neste momento, é a escassez de recursos humanos, alocados à vacinação contra a covid-19.