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“Há um aumento de procura mas ainda há folga de resposta”, diz intensivista do Hospital São João

“Há um aumento de procura, mas ainda há claramente folga de resposta. Há uma medida preparada [para] se for necessária que é a transferência entre hospitais. A distribuição da carga de trabalho está pensada de forma a manter a equidade de acesso do [doente] covid e não covid em todos os hospitais”, disse José Artur Paiva em entrevista à agência Lusa.

Sobre esta medida pensada e preparada à escala nacional, o especialista, que pertence à Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a covid-19, sublinhou que não é algo que lhe pareça iminente, mas que traduz dois aspetos: a “solidariedade que é matriz do Serviço Nacional de Saúde” e “o compromisso sistemático e total em manter acesso total a doentes covid e doentes não covid”.

No Hospital de São João estavam hoje de manhã internados 35 doentes com Covid-19 em enfermaria e 15 na unidade de cuidados intensivos.

José Artur Paiva apontou à Lusa que “nesta onda [da pandemia] há [atualmente] uma procura mais alta aqui [Hospital de São João] do que nos outros hospitais da região”, isto porque esta unidade é referência dos outros hospitais para os doentes hipercríticos e convive com uma situação diferente face às ondas anteriores.

“Há outra situação muito especifica desta onda: a transmissão do vírus é muito urbana”, referiu.

De acordo com as contas feitas pelo médico, e com base em números do último fim de semana, 85% dos doentes críticos com Covid-19 internados na área da Administração Regional de Saúde do Norte estavam em quatro hospitais: São João, Santo António, ambos no Porto, bem como Hospital de Gaia e Pedro Hispano, em Matosinhos.

“As cidades têm mais jovens, mais circulação de pessoas, uma transmissão mais fácil. Nas outras ondas não foi assim, deram-se surtos no interior. Mas agora essa população mais idosa está mais protegida e temos o fenómeno do jovem e do ‘sociabilizante’”, descreveu.

O diretor de serviço de medicina intensiva do CHUSJ descreveu também o perfil de internados nas unidades de cuidados intensivos, que agora, contrariamente ao passado, são mais jovens, apontando que “a gravidade dos internamentos é de uma diferença radical”.

No entanto deixou o alerta: “Isto prova que esta doença é capaz de causar casos graves em populações não idosas e não imunodeprimidas”.

Por esta razão, e sendo crítico do que chamou de estabelecimento de um ‘freedom day’, em português “dia da liberdade”, ou seja, uma data que induza a um “tudo ou nada, a passar de um dia de recolhimento a um dia de libertação”, José Artur Paiva recomendou a aceleração da vacinação dos jovens, a manutenção de medidas de proteção individual e “humildade” perante o vírus e as variantes.

“A nossa sociedade, não é uma sociedade difícil nessa matéria. O problema está em termos uma comunicação e liderança sólidas e coerentes e na clareza do processo que defina, mais do que datas, formas de chegar ao objetivo”, apontou.

Convicto de que os chamados negacionistas “são residuais em Portugal, comparando com outros países, o médico elogiou a adesão dos portugueses à vacinação.

“O autoagendamento é um sucesso. As pessoas procuram a vacinação e até se queixam de ter dificuldades no processo. Isso é um sinal híper positivo da nossa sociedade. Apesar de vermos imagens que nos revoltam um bocadinho e que nos afligem de alguma falta de cuidado em determinadas fases, numa apreciação global a população responde ao recolhimento que é preciso”, concluiu.

Quanto à efetividade da vacina, José Artur Paiva, que disse não ter conhecimento de casos de internamentos por efeitos secundários após a inoculação. Admitiu que esta “não é de 100%”, mas considerou que a franja de casos covid em quem tem a vacina é “muito pequena”, não ascendendo a 5/10%.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 4.128.543 mortos em todo o mundo, entre mais de 191,9 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.248 pessoas e foram registados 943.244 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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