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Enfermeiros querem ver refletida nas tabelas salariais a gratidão pelo combate à COVID-19

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Pedro Costa, desafia o Governo a fazer refletir nas tabelas salariais a gratidão que tem vindo a ser publicamente proclamada por vários membros do Executivo pelo trabalho desenvolvido pelos enfermeiros durante a pandemia de COVID-19 e a vacinação da população. “Palmadinhas nas costas e louvores públicos não nos ajudam a pagar as contas do supermercado”, assegura Pedro Costa, recordando que a ministra da Saúde continua a adiar a reabertura da mesa de negociações.

Pedro Costa lamenta, desde logo, que se continue a manipular a opinião pública, apresentando valores salariais que não refletem a realidade do que é praticado. “Ainda este fim de semana, um jornal de tiragem nacional publicou um artigo onde procura explicar a dificuldade que a Administração Pública sente para contratar mais profissionais de Saúde”, conta.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros salienta que “embora os valores apresentados no artigo correspondam ao que está plasmado nas tabelas salarias acordadas com a tutela, os valores são inalcançáveis em 20 ou 40 anos, como é referido”. Pedro Costa explica que para a Administração Pública, de acordo com a tabela remuneratória atual da carreira de enfermagem, “o valor remuneratório para os enfermeiros em início de carreira é de 1205,08€. Ao fim de 20 anos, atendendo a que existe progressão de uma posição remuneratória a cada 10 anos, o valor de remuneração é de 1618,26€ e não de 2445€ como é indicado”.

Além disso, acrescenta, “o valor indicado para o topo de carreira, 3374 euros, é o correspondente à última posição remuneratória da categoria de Enfermeiro Gestor e tal não é possível de alcançar em apenas 40 anos. São precisos quase 90 para atingir esse nível remuneratório”, conclui.

“Acaba por se passar a ideia de que os enfermeiros afinal ganham bem melhor no Setor Público, quando estamos a falar de uma progressão na carreira onde nenhum enfermeiro tem condições para alcançar o topo no seu tempo útil de vida profissional”, acrescenta o presidente do Sindicato dos Enfermeiros.

Numa altura em que o Governo começa a preparar o Orçamento de Estado para 2022, Pedro Costa frisa que “o primeiro-ministro e a ministra da Saúde têm uma oportunidade única para demonstrar o agradecimento ao trabalho desenvolvido pelos enfermeiros no combate à COVID-19 e no plano de vacinação, que nos permitiu cotar como um dos países no mundo com maior taxa de vacinação completa”.

“Os sindicatos de enfermeiros entregaram à tutela um documento reivindicativo onde a evolução na carreira e a progressão remuneratória é um dos pontos focados”, recorda o dirigente sindical. É altura, diz, “de dar um sinal de abertura para negociar com os parceiros”.

Pedro Costa recorda que o prazo de dez dias dado à ministra da Saúde para dar uma resposta está a esgotar-se, pelo que “as estruturas sindicais, muito provavelmente, vão ter de avançar para outras formas de luta”. “Os enfermeiros estão exaustos, sentem-se desvalorizados e sobrecarregados com mais horas de trabalho e sem verem reconhecidas o risco e penosidade da profissão”, conclui.

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