Aumento da mobilidade: Portugueses já saem mais agora do que antes da pandemia

Os níveis de mobilidade dos portugueses nestas primeiras semanas de janeiro já são superiores aos registados antes da pandemia de Covid-19. A conclusão é de uma análise da consultora PSE.

“Na segunda e terceira semana de 2022 os valores de mobilidade foram crescendo registando-se mesmo uma mobilidade 5 a 10 pontos acima dos valores da mobilidade normal, pré-pandemia”, revela em comunicado.

Segundo a consultora, “o Índice de Mobilidade PSE tem uma base 100 que representa os valores normais pré-pandemia, em concreto em janeiro e fevereiro de 2020”.

“A linha de tendência é claramente crescente desde o dia 7 de janeiro, data onde a mobilidade obteve o valor 100, ou seja, já igual aos valores normais pré-pandemia”, sublinha.

Importa dizer que as barras vermelhas no gráfico indicam o fim de semana, período onde a mobilidade é tradicionalmente menor, indicando-se a azul os dias úteis.

Já as últimas duas semanas em análise “apresentam, nos dias úteis, valores superiores a 100, variando entre 105 e 110, o que significa que a população portuguesa está já a ter um nível de mobilidade acima do que acontecia antes da pandemia”, resume. “Em termos médios, 8% acima do valor pré-pandémico”, acrescenta.

“Isto acontece, entre outros fatores, porque o fator teletrabalho tem, curiosamente, um efeito potenciador do número de km percorridos pela população. Isso acontece porque as deslocações são, neste contexto, mais diversas, havendo um número de viagens superior ao que se via antes da pandemia”, explica a PSE.

Ou seja, esclarece ainda, “enquanto antes da pandemia a maioria da população ativa fazia sobretudo percursos casa-trabalho-casa, hoje há uma maior diversidade de razões para fazer deslocações e vemos também uma maior flexibilidade de horários para essas deslocações. Tudo isso combinado resulta em maior mobilidade, no período desta análise”, indica.

“Em resumo, temos períodos de hora de ponta menos intensos, maior mobilidade realizada nos períodos entre as horas de ponta e globalmente mais quilómetros percorridos em resultado de tudo isto. Em especial nos dois principais centros urbanos, Grande Lisboa e Grande Porto”, conclui.