Covid-19: Cientistas escrevem carta aberta a alertar que vacinas (por si só) não são suficientes para combater pandemia

Para lidar com a pandemia de coronavírus que decorre atualmente, os países ao redor do mundo têm de seguir uma estratégia de saúde pública que vai além das vacinas e inclui outras medidas, defenderam especialistas em saúde pública, citados pelo ‘Politico’.

Os cientistas – que manifestaram as suas preocupações numa carta publicada no British Medical Journal – consideram que a capacidade das variantes Delta e Ómicron de evitar a proteção concedida pelas vacinas, significa que uma estratégia de saúde pública baseada apenas em vacinas provavelmente vai falhar.

Os países que optaram por permitir a propagação do vírus tiveram que lidar com o aumento da mortalidade e a escassez de equipas médicas, bem como com eventuais bloqueios para combater os surtos. Em contraste, “os países que suprimiram a transmissão precocemente tiveram mortalidade reduzida e menos danos económicos”, lê-se no documento.

O grupo de cientistas, que inclui especialistas em saúde pública das principais universidades de todo o mundo, defendeu uma abordagem “mais vacinas”, que inclui a combinação com outras medidas, como máscaras, melhor ventilação em espaços internos, definição de critérios para aumentar e diminuir as restrições, bem como o apoio financeiro para permitir o isolamento dos infetados.

Para além disso, segundo a mesma carta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também deve declarar o coronavírus um patógeno que se transmite pelo ar, de forma a eliminar a confusão em torno da doença, e fazer mais esforços para garantir uma distribuição justa das vacinas.

Em Portugal, perto de 82 mil pessoas foram vacinadas contra a Covid-19 com doses de reforço nas últimas 24 horas e mais de 16 mil foram inoculadas contra a gripe, anunciou na segunda-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo o relatório da DGS, relativamente ao dia anterior, foram administradas um total de 101.113 inoculações de vacinas contra a Covid-19 – que incluem o esquema primário de vacinação completa e a dose de reforço – e contra a gripe (16.867 novas vacinações, num total de 2.435.695).

Com a vacinação primária completa contra o SARS-CoV-2 estão agora 8.698.042 pessoas, mais 2.677 do que nas últimas 24 horas, enquanto a terceira dose já foi administrada a um total de 2.951.409 pessoas, mais 81.531 do que no dia anterior. Foram ainda vacinadas 38 crianças entre os 5 e 11 anos, perfazendo um total de 95.752.

Receberam esta dose de reforços 583.149 idosos com 80 ou mais anos, mais 843.600 na faixa entre os 70 e 79 anos, 829.567 no grupo etário entre os 65 e os 69 anos e 386.787 entre os 50 e 59 anos.