Egonlab, uma marca de moda com um pé no mundo real e outro no virtual

Dois jovens franceses, Florentin Glémarec e Kévin Nompeix, são os fundadores da marca. “Criamos passerelles com o passado e vamos criar passerelles com o futuro, com uma comunidade (de gente muito jovem) que não se conhecia”, explica Kévin Nompeix em entrevista à Agência France-Presse (AFP).

A Egonlab iniciou a sua jornada há apenas dois anos e causou sensação com uma série de apresentações virtuais. “Usamos as redes sociais para nos distanciarmos dos outros”, explica o seu cofundador à AFP.

Mas não só as redes. O outro fundador da marca, Florentin Glémarec, recorreu aos avós, ambos na casa dos 80 anos, para promover as roupas da Egonlab.

O avô era marinheiro na juventude, a avó distribuía jornais. Ambos vestiram Egonlab para dar uma mãozinha ao neto. As suas poses na conta do Instagram da marca divertem os fãs.

Crocs com cristais Swarovski

A Egonlab apresentou as suas obras num desfile com ares góticos no Oratório do Louvre, em Paris. Os modelos desfilaram, entre velas, roupas pretas.

“É uma consagração. Todas as marcas querem desfilar, e ter sido aceite no calendário oficial é super importante para nós”, afirmou Glémarec.

“As pessoas querem voltar ao físico, a moda é uma arte que se vive, não apenas uma arte que se contempla. É preciso sentir o movimento das roupas, a densidade do tecido”, destacou Nompeix.

Outra colaboração que desperta curiosidade é a transformação das Crocs, uma marca de ténis de plástico que foi criada há 20 anos.

Inicialmente usadas por enfermeiros, as Crocs foram-se tornando um acessório de moda irreverente, que aparece em tapetes vermelhos e desfiles da Balenciaga (em 2018).

A Egonlab apresentou-as virtualmente, através de projeções nas balaustradas do Oratório, “com cristais Swarovski para mostrar que são um tesouro nacional”, explicou Kévin Nompeix. “Uma piscadela para homenagear os profissionais de saúde”, nos tempos de pandemia.

Cinco modelos virtuais de Crocs serão vendidos em leilão no metaverso, e parte dos lucros irá para associações que facilitam o acesso ao mundo digital para a população mais desfavorecida.