“Muito assustador”: Áustria preocupada com ativistas anti-vacinas que cruzam fronteiras

Alguns ativistas que recusam ser vacinados contra a Covid-19 e não aceitam as medidas para combater a pandemia, estão a cruzar fronteiras para se juntar a protestos na Áustria.

O alerta foi dado pelo novo diretor dos serviços de informação austríacos, em declarações à agência de notícias AFP, classificando o sucedido de “muito assustador”.

Omar Haijawi-Pirchner disse que ativistas estrangeiros estão a viajar para a Áustria – onde as vacinas COVID se tornarão obrigatórias no próximo mês – para demonstrar e realizar “reuniões de rede com os seus parceiros, de extrema direita”.

O responsável acrescentou que os extremistas muitas vezes de direita estavam a usar as reuniões para espalhar a sua ideologia, incluindo o antissemitismo, e que “vemos muitas pessoas altamente radicalizadas”.

De França até à Holanda, Alemanha e Bélgica, os países europeus foram abalados por protestos anti-vacina nos últimos meses, à medida que os governos reprimem os não vacinados.

Na Áustria, dezenas de milhares de pessoas saíram à ruas quase todas as semanas desde que o governo disse que as vacinas contra a COVID se tornariam obrigatórias a partir de 4 de fevereiro.

Haijawi-Pirchner, que assumiu a recém-reformada agência de informação DSN da Áustria em dezembro, disse que a radicalização de alguns ativistas e a crescente dimensão internacional dos protestos foram “muito, muito assustadoras para nós”.

Embora o DSN não seja responsável pela recolha de informação estrangeira, recebeu informações que apontam para um grande número de ativistas bem organizados na Alemanha e na Suíça, disse Haijawi-Pirchner à AFP.

Segundo o responsável, foram reportadas ao DSN ameaças críveis de violência na Áustria, apontando para confrontos com a polícia à margem dos protestos.