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Portugal deve atingir pico pandémico no final do mês mas com números mais baixos do que o estimado. Especialistas recuam nas previsões

Um dia depois de Portugal ter batido um novo recorde de infeções com mais de 41 mil casos diários de Covid-19, a Multinews ouviu dois especialistas sobre a situação pandémica portuguesa.

Para Pedro Esteves, professor de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), o pico da pandemia deve ser atingido no final de janeiro, com os números a descer depois disso.

“As temperaturas ainda vão descer e as pessoas vão fazer mais atividades no interior e por isso é natural que os números subam. Acho que ainda não atingimos o pico, vamos ter alguns dias com números mais altos”, afirma.

O responsável, “não acredita que até ao fim de janeiro baixem (os casos)”, estimando que o pico seja atingido nessa altura. “Depois disso vai começar a baixar abruptamente, porque a própria variante vai ter dificuldade em infetar novas pessoas, uma vez que já há muita gente infetada”, explica.

Para Manuel Carmo Gomes, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), considera que as previsões atuais são uma incógnita, comparando-as a uma “lotaria”, contudo, não espera que Portugal atinja os 130 mil casos apontados para o máximo de infeções, estimando um pico menor.

“Neste momento não levo a sério as previsões. Umas apontam para 130 mil, outras para 150 mil, isso parece-me um bocado jogar na lotaria. Temos que observar o comportamento deste vírus como se não soubéssemos nada, porque o resto é tudo especulativo”, afirma o professor.

Ainda assim, segundo Carmo Gomes, “não me parece que cheguemos a esses valores tão altos, porque há uma desaceleração rápida. O Rt caiu rapidamente de 1,4 para 1,2 e é capaz de continuar a descer, o que significa que estamos a desacelerar rapidamente”.

“Mas isso não quer dizer que depois não haja nova subida”, alerta, deixando também um apelo à população, para que não se baseie nas previsões. “Não se agarrem a números do género ‘vamos até aos 100 mil, ou 150 mil’, porque isso é querer apostar na lotaria e não faz sentido”, defende.

Casos não têm disparado por redução na testagem 

Pedro Esteves sublinha também que o facto de Portugal não ter atingido ainda o pico estimado de 130 mil infeções para esta semana, se deve à forte redução na testagem, que depois das épocas festivas baixou substancialmente.

“Acho que o grande problema aqui é uma diminuição da testagem. No Natal e na Passagem de Ano houve uma afluência enorme que agora não existe, daí a redução de casos”, aponta o investigador.

Ainda assim, o especialista não arrisca fazer grandes previsões, para além do possível pico no final de janeiro, uma vez que, segundo refere, a pandemia está em constante evolução e tudo pode mudar rapidamente.

“Acho que ainda é muito cedo para dizer mais do que isto, esta variante é muito instável, os números variam muito com o tempo, vai estar mais frio e por isso acho que é prematuro avaliar agora, só podemos esperar”, aponta.

Nova variante tem características diferentes 

Sobre a Ómicron, Carmo Gomes explica que a variante “é altamente transmissível e tem características de transmissibilidade bastante diferentes das anteriores, ou seja, aquilo que me parece que limita o crescimento do número de casos com esta variante, não é tanto o Rt, mas é mais a disponibilidade de pessoas suscetíveis se exporem e serem infetadas”.

“Isto quer dizer que a transmissão é tão rápida, que aquilo que trava o vírus é a disponibilidade de pessoas para ele ‘consumir’. Infeta muito rapidamente, há uma subida muito abrupta dos casos e a certa altura deixa de haver pessoas para serem contagiadas, temporariamente”, adianta.

Segundo o responsável, a ómicron difere de outras “mais lentas, que vão infetando gradualmente à medida que as pessoas se vão expondo. Aqui, espera-se uma subida muito rápida, mas também é natural que depois haja uma queda abrupta, que pode ser temporária, porque depois há outras pessoas que se vão expor novamente”, afirma falando num “ziguezague” de infeções.




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