Centro Hospitalar do Algarve alvo de processo de contraordenação por compressa esquecida em corpo de utente

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) abriu um processo de contraordenação ao Centro Hospitalar do Algarve E.P.E. pelo esquecimento de uma compressa no corpo de uma utente durante um procedimento de cesariana. Uma falha idêntica já havia sido cometida por este hospital em 2018.

De acordo com o texto de deliberação, a ERS afirma que o caso remonta a janeiro de 2021, quando uma utente foi submetida a uma cesariana. Dias depois de ter recebido alta, regressou por duas vezes ao hospital, com queixas de mal-estar e dores crescentes.

Segundo explica a ERS, depois do segundo regresso ao hospital, após exames, a utente foi submetida a uma cirurgia para remoção “de um corpo estranho” – uma compressa – que havia ficado esquecida no decorrer da intervenção a que tinha sido sujeita. Esta falha foi assumida junto da utente, sendo que o hospital admitiu que “a existência de enfermeira instrumentista nas equipas poderia minimizar este tipo de incidente”.

No entanto, em 2018, esta unidade de saúde já tinha sido alvo de um outro processo por situação semelhante e, uma vez que não respeitou as indicações da ERS, foi decidida a abertura de um processo de contraordenação. “O prestador voltou a incorrer na mesma conduta negligente e desrespeitadora do direito dos utentes ao acesso a cuidados de saúde de qualidade”, justificou a ERS.

“Com a sua conduta, o prestador desrespeitou a instrução que lhe foi emitida anteriormente por factos idênticos”, sublinha a ERS, insistindo, na necessidade de o hospital “providenciar pela adequada alocação de enfermeiros instrumentistas às equipas cirúrgicas”, uma vez que é essencial garantir que “na prestação de cuidados de saúde são respeitados os direitos e interesses legítimos dos utentes, nomeadamente o direito aos cuidados adequados e tecnicamente mais corretos”.

LUSA