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Clara Azevedo inaugura em Lisboa exposição sobre o impacto da pandemia

A exposição de Clara Azevedo é inaugurada pelas 17:30 na Galeria Santa Maria Maior e estará patente ao público até 07 de maio, entre as 15:00 e as 20:00. Com curadoria de Rogério Cruz d’Oliveira, a exposição apresenta uma seleção de 27 fotografias,

Natural de Lisboa, Clara Azevedo foi fotojornalista no jornal Expresso e, a partir de 1995, iniciou um percurso como fotógrafa independente, tendo desenvolvido vários projetos pessoais que deram já origem a 14 livros.

Nesta sua última obra, “365 dias que mudaram as nossas vidas”, editada pela Imprensa Nacional Casa da Moeda, registou em fotografia o primeiro ano da pandemia da covid-19 em Portugal, procurando deixar para memória futura o seu “estado de alma” e o do país ao longo de 2020.

Em 18 de março de 2020, Clara Azevedo decidiu fazer um diário, que seria a sua “ligação à nova realidade partilhada na rede social Instagram”.

“A terapia para os dias da pandemia era a fotografia, memória e documento. Vivi a incerteza de cada dia, na rua, em casa, no meu trabalho. Tudo fechou, mesmo o espaço aéreo. Percorrer a Avenida da Liberdade, em Lisboa, sem ver um carro ou encontrar alguém era quase impensável, mas real. A cidade estava adormecida, em silêncio absoluto”, escreve no seu livro.

Clara Azevedo refere ainda que, para si, nesses dias de confinamento geral por causa da covid-19, “gestos simples eram ruído”.

“Cada disparo das minhas máquinas fotográficas era perturbador. Pensei como seria perfeito se as fotografias tivessem som… registassem o silêncio”, acrescenta.

No prefácio do livro, o primeiro-ministro defende que quem folhear o diário fotográfico de Clara Azevedo concluiu que “o que está omnipresente é o vazio”.

“O vazio que a pandemia trouxe às nossas vidas e que ocupa todo o campo de imagem, sobrepondo-se aos objetos, às pessoas, à paisagem. Temos obviamente a imagem dos profissionais de saúde a lutar para salvar vidas, por vezes – muitas vezes, por cento – com o olhar da desesperança de já ser tarde demais, os cemitérios onde tantos encontraram a solidão eterna”, observa.

No entanto, para António Costa, “este é sobretudo o diário da vida comum num tempo incomum”.

“Um tempo vazio. Em cada uma das fotos o que está mais presente é o que está ausente. O que sabemos que devia estar e não está. Os idosos que ali estariam a jogar às cartas, o buliço do trânsito que engarrafaria a Avenida, os corpos que se estenderiam ao sol na praia”, assinala o líder do executivo.

Para António Costa, o registo fotográfico do período de pandemia da covid-19 vai ajudar “a preservar o que a seletividade da memória tenderá a diluir e a eliminar, nem sempre com a previdência de saber retirar lições aprendidas – e há muitas a reter”.

“O vazio nas imagens captadas na objetiva da Clara Azevedo assegura-nos esse legado”, conclui o primeiro-ministro neste seu texto com o título “O tempo do vazio”.

A primeira fotografia do livro tem a data de 18 de março de 2020 e mostra António Costa de lado e de pé a ler vários papéis que tem na mão, no Palácio de São Bento, momentos antes de ser decretado o primeiro estado de emergência em Portugal

LUSA/HN

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