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Apoio português permite especialização em oncologia a enfermeiros cabo-verdianos

Um protocolo entre a Escola Superior de Enfermagem do Porto, a Fundação Calouste Gulbenkian e o Instituto Português de Oncologia permitiu a quatro enfermeiros do hospital da ilha cabo-verdiana de São Vicente a especialização na área da oncologia.

“Para mim chegou mesmo na altura certa porque temos tido doentes aqui em São Vicente que têm feito o tratamento na cidade da Praia e em Portugal, e quando regressam há a necessidade de uma continuidade. Apesar de não termos quimioterapia na ilha, temos o serviço de oncologia, mais no sentido dos cuidados paliativos”, explicou à Lusa Nilza Delgado, enfermeira há 17 anos, no Hospital Dr. Baptista de Sousa, cidade do Mindelo, e uma das novas pós-graduadas.

A conclusão do curso de pós-graduação de Enfermagem Oncológica para os Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP), incluindo os quatro profissionais daquele hospital, ao abrigo deste protocolo, foi assinalada hoje com a realização, em formato híbrido, incluindo a participação de São Vicente, do I Congresso de Enfermagem Oncológica dos PALOP.

A formação, reconheceram estes profissionais, permitiu melhorar o conhecimento dos enfermeiros e a respetiva resposta aos pacientes, após o diagnóstico de cancro.

“Também é para tentar diminuir a permanência hospitalar, por causa dos sinais e sintomas. Porque os doentes às vezes chegam, inscrevem-se no serviço de oncologia em São Vicente, depois desaparecem e ninguém sabe onde estão. Então, o objetivo é tratar estes doentes, levar informações na fala e na escuta, mas também no cuidar”, frisou a enfermeira.

Para estes profissionais de enfermagem cabo-verdianos, o reforço da capacidade de apoio e suporte psicológico e emocional a prestar aos doentes oncológicos foram destaques deste último ano de formação, concluída com o apoio de entidades portuguesas.

“Não foi muito fácil porque somos profissionais, chefes de família e ainda, com a pandemia, tivemos que ter aulas ‘online’. Foi intensivo. Metade trabalha por turnos e a outra metade no regime normal e tivemos que gerir os horários”, admitiu Darlene Gomes, outra das enfermeiras que concluiu a pós-graduação.

“Sabemos que com esta formação os nossos doentes vão ganhar também. Esperamos trazer para o hospital e para os doentes uma mais-valia, porque a enfermagem atua na reabilitação, recuperação e promoção da saúde do paciente. Facilitamos a sua autonomia para que se sintam acolhidos, mesmo após o tratamento”, sublinhou.

Segundo dados apresentados pelo académico Lúcio Santos no congresso, que contou com a participação de enfermeiros de Portugal, Moçambique, Angola e Cabo Verde, os cancros da mama, do colo uterino e da próstata são os mais comuns nos PALOP.

Os tumores malignos mais comuns em África são o cancro da próstata, com cerca de 23% dos casos, do fígado, cerca de 8% de todos os cancros, e o sarcoma de Kaposi, cerca de 7%. No género feminino, em primeiro lugar está o cancro da mama, que representa cerca de 25% de todos os tumores malignos, e o cancro do colo uterino, cerca de 24%, apontou o especialista.

LUSA/HN

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