
Contacto “pele com pele” é a chave para a sobrevivência de bebés prematuros
A Organização Mundial de Saúde defende que contacto “pele com pele” entre os bebés prematuros e os pais pode influenciar a sua sobrevivência.
O contacto “pele com pele” é fundamental para melhorar a sobrevivência de bebés prematuros, segundo informações divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) esta terça-feira, numa grande revisão da política que anteriormente apelava à utilização de incubadoras.
As novas diretrizes marcam uma grande reviravolta na forma como a agência de saúde da ONU recomenda que sejam prestados os cuidados intensivos neonatais aos bebés mais pequenos.
Permitir que as mães (ou outros cuidadores) e os bebés prematuros permaneçam próximos desde o início, sem separação, aumenta as hipóteses de sobrevivência, de acordo com Karen Edmond, médica e pediatra da OMS.
“O primeiro abraço com um pai ou uma mãe não só é emocionalmente importante, como também absolutamente crítico para melhorar as hipóteses de sobrevivência e os resultados de saúde dos bebés prematuros”, explica.
As novas diretrizes sobre como tratar bebés nascidos antes das 37 semanas de gravidez ou com menos de 2,5 quilos aplicam-se em todos os contextos, informa a OMS.
O contacto imediato “pele com pele” deve ser proporcionado “mesmo para bebés que tenham dificuldades respiratórias”, disse, insistindo: “eles também precisam do contacto próximo com a mãe desde o nascimento”.
Anteriormente, a OMS tinha dito que os recém-nascidos “instáveis” com peso inferior a dois quilos à nascença deveriam ser colocados em incubadoras.
A Organização Mundial de Saúde descreve a prematuridade como uma “questão urgente de saúde pública”, com cerca de 15 milhões de bebés nascidos prematuros por ano – o que corresponde a um em cada 10 nascimentos.
Na atualização desta terça-feira, a ONU forneceu 25 recomendações sobre cuidados a bebés prematuros, incluindo 11 que são novas desde o referendo de 2015.
As diretrizes abrangem medidas como cuidados de nutrição, cuidados durante a doença, e reforçam a importância de amamentar os bebés prematuros.
Além disso, pela primeira vez, as diretrizes incluem também recomendações sobre o envolvimento familiar, incluindo um apelo à reestruturação das unidades de cuidados intensivos para permitir que a mãe e o bebé permaneçam juntos.
“É importante”, disse Edmond, manter “o bebé em contacto “pele a pele”” 24 horas por dia, mesmo que o bebé precise de estar nos cuidados intensivos”.
As diretrizes propõem ainda pela primeira vez que seja dado maior apoio emocional e financeiro às pessoas que cuidam de bebés prematuros.
“A licença parental é uma obrigação para ajudar as famílias a cuidar do bebé”, disse Edmond, acrescentando que aos cuidadores de bebés prematuros deve ser oferecido apoio financeiro e de trabalho suficiente, bem como visitas domiciliárias após a alta.