Incomoda Trump e pode ser o futuro “mayor” de Nova Iorque. Quem é Zohran Mamdani?
Se Zohran Mamdani for eleito mayor de Nova Iorque, o comentador da Renascença para os assuntos internacionais, Manuel Poêjo Torres, antecipa uma relação tensa com a administração de Donald Trump, à semelhança do que ocorre com o Governo da Califórnia e, em particular, com a cidade de Los Angeles.
“Temos aqui grandes diferenças: na Califórnia, a crise dos opioides generalizou-se e tornou-se um problema de saúde pública que levou ao aumento da criminalidade e do descontrolo do policiamento das ruas, por via da retirada do orçamento às polícias”, refere o comentador.
Em Nova Iorque, Zohran Mamdani ainda chegou a admitir essa possibilidade, mas recuou.
“O movimento ‘Defund the Police’ não se enraizou em Nova Iorque como em Los Angeles, onde a situação de segurança se tornou um problema de saúde pública. Lá, o governo federal teve de mobilizar a Guarda Nacional para conter o caos”, observa Poêjo Torres.
“Viragem estratégica”
Para este especialista, Mamdani procura fazer uma inversão política, adotando um discurso de apoio ao reforço do financiamento policial.
É uma “viragem estratégica” para conquistar o eleitorado moderado.
Ainda assim, o candidato do Partido Democrata enfrenta as críticas de Trump, que o cola ao comunismo e a uma extrema-esquerda “quase iliberal”.
Outras propostas de Zohran Mamdani incluem a criação de transportes públicos gratuitos, o congelamento de rendas em apartamentos com rendas controladas e a construção de 200 mil novas unidades de habitação social.
No plano fiscal, é proposto um aumento do imposto corporativo de 6,5% para 11,5% e uma taxa de 2% sobre os rendimentos dos mais ricos.
Medidas que Manuel Poêjo Torres admite que “podem afetar a competitividade de Nova Iorque, especialmente para as empresas que poderiam optar por locais com impostos mais baixos, como em Nova Jersey”.
Noutro plano, o comentador sublinha que o candidato a mayor da capital financeira do mundo posiciona-se como uma das novas figuras do futuro Partido Democrata, próximo de figuras como Bernie Sanders.
No entanto, diz ter dúvidas sobre a capacidade do candidato para liderar uma cidade tão complexa e com tantos desafios: “é uma cidade que não dorme e exige experiência. Mamdani pode ser uma promessa para o futuro do Partido Democrata, mas falta-lhe a bagagem necessária para gerir uma das maiores e mais desafiadoras cidades do mundo”, conclui.
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