Diálise Hepática (MARS)
Entre os métodos disponíveis no momento como suporte hepático o Molecular Adsorbent Recirculating System (MARS) tem sido o mais extensivamente estudado e utilizado, O tratamento MARS baseia-se em elementos de terapias renais substitutivas extracorpóreas (como hemodiálise e ultrafiltração) e adsorção.
Este método utiliza um dialisato enriquecido com albumina para facilitar a remoção de toxinas ligadas à albumina, e promove a remoção do excesso de água e de substâncias hidrossolúveis por processo de diálise. Contém três diferentes circuitos: o circuito de sangue, o circuito de albumina e o circuito de diálise.
O Mars tem um kit próprio, que funciona em conjunto com uma máquina de diálise renal comum. Um tubo é ligado a uma artéria do paciente, que pode ficar “conectado” à máquina por um tempo de até oito horas.
A solução filtradora usada durante o processo é a albumina humana, proteína presente no plasma sanguíneo. Durante a diálise hepática, as toxinas presentes no sangue aderem à albumina e são retidas numa filtragem posterior.
O sangue volta sadio para o organismo do paciente. Todo o processo é acompanhado por um nefrologista, responsável pela diálise dos rins, e um médico especializado em doenças hepáticas.
Este tipo de diálise requer uma máquina de hemodiálise, para controlar o circuito de sangue e de diálise, e um monitor MARS (GAMBRO), para controlar o circuito de albumina.
O circuito de sangue utiliza um acesso venovenoso (catéter de duplo-lúmen) e é impulsionado pela bomba rolete da máquina de hemodiálise.
O sangue passa por um dialisador de alto-fluxo impermeável à albumina (MARSFlux; GAMBRO).
O circuito de albumina é composto por albumina 20% e é impulsionado pela bomba rolete do monitor MARS.
O dialisato de albumina passa pelo dialisador MARSFlux e é subsequentemente regenerado por diálise pelo contato com com dialisato com bicarbonato (circuito de diálise) e, na sequencia, por duas colunas adsorventes diaMARS® de carvão ativado e trocadora iônica, que adsorvem as toxinas hepáticas ligadas à albumina e regeneram as moléculas de albumina com sítios ligantes livres, que, por sua vez, recirculam no sistema para se ligarem a mais toxinas hepáticas.
O MARS tem sido utilizado em vários centros como suporte hepático para ponte para transplante, permitindo uma maior estabilidade do paciente até a chegada do órgão.
A frequência das sessões de filtragem varia de acordo com o processo de recuperação do paciente. As sessões podem ser realizadas de dois em dois dias, ou no dia seguinte. Mas se o paciente melhorar, ele pode ficar mais tempo sem fazer a diálise.
Esta técnica de diálise tem indicação na agudização de hepatopatias crónicas como a cirrose e para falências hepáticas agudas, como intoxicações por paracetamol ou fungos, podendo mesmo evitar um transplante hepático em certos casos.
De salientar que é uma técnica utilizada principalmente em Cuidados Intensivos.
Veja aqui o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=FWUHlaZPxbc
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