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“Helmet” em Ventilação Mecânica Não Invasiva

A ventilação mecânica não invasiva (VNI) com “Helmet” (capacete) é considerada uma alternativa interessante à ventilação convencional em certos pacientes com insuficiência respiratória aguda.

O crescente uso da VNI em unidades de terapia intensiva tornou necessário que os profissionais de saúde que se deparam com essa técnica ampliem e adaptem seus conhecimentos sobre essa terapia respiratória.

Este artigo tem como objetivo apresentar o “Helmet” como um novo tipo de interface e descrever os cuidados de enfermagem que um paciente com “Helmet” necessita.

 

DEFINIÇÃO

É um dispositivo em forma de capacete no qual o paciente faz a introdução da cabeça para receber tratamento de ventilação mecânica não invasiva.

É amplamente utilizado em pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica de várias etiologias e principalmente em casos especiais como traumas faciais, pacientes com anatomia difícil ou com grande susceptibilidade a lesões cutâneas.

 

DESCRIÇÃO

O capacete é uma interface de suporte de ventilação não invasiva que consiste num capacete de PVC transparente, sem látex e descartável, vedado ao pescoço por uma membrana que evita vazamentos. Possui um anel inferior rígido e é preso às axilas ou ao abdômen por um arnês. Possui conexões laterais em ambos os lados para os membros inspiratórios e expiratórios e várias conexões anteriores para cateteres ou sondas. Na parte frontal possui sistema de segurança anti-asfixia com abertura rápida por fio ou cremalheira. (Ver imagem 1. Descrição do capacete).

INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES

Indicações:

• Insuficiência respiratória aguda ou crônica

• Trauma facial

• Pacientes com anatomia difícil

• Pacientes suscetíveis a lesões cutâneas

 

Contra-indicações:

– Intolerância ao capacete

Nível de consciência reduzido

Pneumotórax

– Doença isquêmica cardíaca aguda

– Hipertensão intracraniana

 

PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO

O paciente deve apresentar uma série de condições para ser candidato ao tratamento com VNI com “Helmet” de interface. O paciente deve estar atento, cooperar e aceitar o tratamento do “Helmet”. Por outro lado, é necessário que o paciente esteja hemodinamicamente estável e os sinais vitais sejam monitorados durante o tratamento.

Existem diferentes tamanhos de capacete e a seleção do tamanho deve ser feita individualmente, ajustando-se às características de cada paciente.

Quando uma interface do tipo capacete deve ser instalada, o capacete específico e a fonte de gás (respirador ou fluxómetro) devem ser escolhidos primeiro de acordo com a terapia ventilatória escolhida. O paciente deve ser informado sobre o procedimento e sua colaboração será solicitada.

Os parâmetros de ventilação devem ser ajustados e o capacete sempre pressurizado antes de colocá-lo. Para isso, são necessárias duas pessoas (médico e enfermeiro) que se posicionarão dos dois lados da cama e farão a abertura manual do anel interno elástico para permitir a entrada da cabeça. Uma vez colocado o capacete, ele deve ser fixado com o arnês axilar.

Uma vez colocado, os sinais vitais do paciente são monitorados: pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e oximetria de pulso. O paciente será colocado na posição de Fowler e o nível de consciência será monitorado.

O enfermeiro, como parte fundamental do tratamento, além de ter conhecimento adequado sobre a técnica de colocação e manuseio, deve ter cuidado especial no gerenciamento dos cuidados que serão prestados ao paciente, agrupando-os para evitar desligamentos desnecessários.

 

CUIDADOS DE ENFERMAGEM

De entre os cuidados de enfermagem prestados ao paciente estão:

– Higiene habitual, hidratação.

– Alimentos, bochechos com anti-séptico e pomada labial solúvel em água.

– Lavar os olhos com solução salina 0,9%. Hidratação conjuntival com lágrimas artificiais.

– Avalie a necessidade de tampões de ouvido em relação ao ruído.

– Elimine a transpiração nas áreas de vedação ou fixação.

– Proteja as áreas de pressão do arnês.

O enfermeiro responsável pelo paciente desempenha um papel muito importante no reconhecimento das possíveis complicações que podem surgir no paciente, por isso, deve acompanhar atentamente o aparecimento de:

– Sinais de fadiga muscular, dispneia, cianose.

– Distensão abdominal.

– Náusea / vômito (risco de aspiração)

– Complicações nas extremidades superiores devido à compressão do arnês

VANTAGENS E DESVANTAGENS

Vantagem:

• As complicações derivadas da entubação endotraqueal são evitadas.

• Melhora o conforto do paciente relacionado à ausência de entubação endotraqueal (eOT).

• Permite que o paciente interaja com seu ambiente e se mova livremente, mantendo uma boa vedação e reduzindo vazamentos de ar.

• Períodos VNI mais longos são alcançados.

Desvantagens:

• O capacete é mais barulhento do que outros tipos de interface.

• O espaço morto é maior.

• Não permite monitorar o volume corrente.

• É muito mal tolerado por pacientes que sofrem de claustrofobia.

• Grave secura nasal e oral.

• Irritação dos olhos.

BIBLIOGRAFÍA

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Fonte
https://www.revista-portalesmedicos.com/revista-medica/

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