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A REALIDADE DAS MASCARAS, AS MASCARAS DA REALIDADE… ELAS VÃO CAINDO!

A REALIDADE DAS MASCARAS, AS MASCARAS DA REALIDADE…
ELAS VÃO CAINDO!

“Uma longa caminhada começa com o primeiro passo” (Lao Tsé), já assim pensaram e disseram filósofos, pensadores e sociólogos. Os ENFERMEIROS PORTUGUESES também já iniciaram esta caminhada, há algum tempo.

Hoje, olhamos para trás e confirmamos que percorremos alguns caminhos, de piso duro, que se mostraram erróneos e que afinal eram em círculo, e não nos levavam a lado nenhum. Houve sindicatos que se afirmaram com o poder que a Classe de Enfermagem lhes dava. Atrás deles tiveram um número enorme de ENFERMEIROS, que acreditaram que efectivamente defendiam os seus interesses. Foram dias de greves e manifestações que não levaram a nada. Antes pelo contrário, levaram à destruição de uma carreira, a um nivelamento por baixo da Classe de Enfermagem, com baixas remunerações e ausência de progressões e valorização profissional. Foi um “polvo” que se instalou na Ordem dos Enfermeiros, na nomeação de Enfermeiros Directores, chefias intermédias e outras “ocupações”. Levaram ao definhamento de uma ENFERMAGEM que tinha progredido e se tinha valorizado e que, em poucos anos, ombreava em termos de formação, com outras Classes Profissionais.

Mas o tempo, esse calmo e sereno sábio, começou a demonstrar que afinal se acentuava o definhamento da Classe: continuava a não progredir, as remunerações continuavam baixas e a valorização desvanecia-se rapidamente. A desilusão era grande!

Eis que as “águas se agitam” em 2015. É eleita uma nova Ordem dos Enfermeiros, que até então era “detida” por um Conselho Directivo de militantes e simpatizantes de Esquerda, nomeadamente do PCP. Acontece então, um rude golpe na esquerda manipuladora.

Em 2017 a ENFERMAGEM começa a ganhar novo folego. O Primeiro sinal de insatisfação, de luta, de indignação e de afirmação, surge com os Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia (ESSMO’s). Com estes Colegas foi dado o primeiro sinal de que os ENFERMEIROS começariam uma luta responsável mas incómoda para o Governo e poder político. “Iniciaram-se” algumas negociações com o Governo. Mas o vazio era grande. E nos meses que se seguiram os ENFERMEIROS foram manifestando a sua insatisfação, entregando as suas cédulas de Especialistas e limitando-se ao desempenho de generalistas. Os Hospitais, através dos Blocos de Partos, foram os primeiros a perceber, graças aos “EESMO’s”, que se os ENFERMEIROS levassem para a frente a sua luta e reivindicação, as coisas não seriam fáceis para os Médicos, que num primeiro momento se acharam capazes de tudo fazerem, havendo até declarações do Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos, Dr. Miguel Guimarães, dizendo que os Médicos assegurariam todo o trabalho. Mas foi sol de pouca dura, porque logo a seguir declarou que os serviços entrariam em rotura se não houvesse acordo com os ENFERMEIROS, nomeadamente os “EESMO’s”. Caiu uma máscara! As Administrações tremeram, retaliaram e tentaram obrigar por diferentes vias, a que os ENFERMEIROS assumissem o serviço como especialistas. O Ministério da Saúde começou a sentir-se sem capacidade de gestão e resposta a estas iniciais formas de luta dos ENFERMEIROS. Foram meses difíceis para estes Profissionais, mas também para a tutela. O Verão estava à porta. Era assustador. Começaram as promessas e os Sindicatos, de forma oportunista, começam-se a colar-se a este movimento.

Chegou Setembro/2017 e aí a independência dos ENFERMEIROS afirmou-se. Surgiu o Movimento Nacional de Enfermeiros-MNENF, foram marcadas vigílias, programação de uma greve de 5 dias e uma mega manifestação em Lisboa. E a célebre “REVOLUÇÃO DOS CRAVOS BRANCOS”. Para “legalizar” a greve de 5 dias o Sindicato dos Enfermeiros-SE, de forma oportuna mas a reboque, “decretou” esta greve. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses-SEP, como já vinha sendo hábito, parecia não estar com os ENFERMEIROS e tentava o seu “quinhão” nos bastidores e entre gabinetes do Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde, do então Prof. Doutor Adalberto Campos Fernandes, tal como o Governo, estremeceu. Negociações obscuras e o SE acaba por vender todo o entusiasmo dos ENFERMEIROS por 150€ por um suplemento para Especialistas e, com isso, esvazia o balão e espiral de força dos ENFERMEIROS. Caiu mais uma máscara! O SEP continuava no contra e a boicotar tudo que fosse a favor dos ENFERMEIROS.

Neste vazio, com estes Sindicatos cristalizados, fora de prazo, vivendo ainda deslumbramentos da guerra fria ou da revolução/manifestação de 1976, surgem dois novos Sindicatos ASPE e SINDEPOR. Têm dificuldade em se afirmar, mas o tempo e os ventos sopram-lhes a favor.

Daí até aos dias de hoje, foi preciso muito trabalho, muita união, nervos de ferro e muita cabeça fria. Houve provocações, estratégias, e de tudo um pouco para desintegrar a união que se estava a conseguir entre os ENFERMEIROS. Coisas raríssimas aconteceram! Contudo isso, quem se desintegrou foi um Ministro da Saúde, que não passava mais de um Secretário de Estado da Saúde dentro de um Ministério da Saúde capturado pelo Ministro das Finanças.

O Ministério da Saúde, movido por agendas políticas e olhando a desunião entre os quatro principais sindicatos, que não foram capazes de levar para a frente uma agenda comum de alguns pontos e reivindicações em favor da Classe de Enfermagem, geriu a agenda a seu belo prazer! O SEP e o SE davam, permanentemente, facadas uns nos outros e nas costas dos novos sindicatos e tentavam dilacerar ainda mais a ENFERMAGEM. Neste pântano e percurso de pessoas menores e egos inflamados, de dispares agendas e interesses, diferenciou-se a Ordem dos Enfermeiros, num nível superior.

A grande surpresa e afirmação nasce de um grupo espontâneo de ENFERMEIROS, que iniciam a angariação de fundos em crowdfunding, constroem a “Greve Cirúrgica 1” e depois a “2”. Inteligentemente, e, numa postura de verdadeira defesa dos ENFERMEIROS, os Sindicatos ASPE e SINDEPOR tomam a defesa da Classe e assumem os pré-avisos das duas “Greves Cirúrgicas”. Entram nas negociações com o Ministério da Saúde e demarcam firmemente o terreno. “Alma nova” surgia no seio da Classe de Enfermagem. A “Greve Cirúrgica 1” deixa sem resposta administrações hospitalares, Ministério da Saúde e atormenta os gabinetes do Governo, da Sede do PS no largo do Rato e desconcerta os outros sindicatos SE e SEP. O movimento e independência dos ENFERMEIROS rompem amarras e foge do controle de comités centrais e outras constelações partidárias e sindicais.

A luta está brava e acesa. A contrainformação é muita. Manipulação da verdade e das notícias, tentando descredibilizar os ENFERMEIROS, os Sindicatos ASPE e SINDEPOR e porque a Ordem dos Enfermeiros e a sua Bastonária tornaram-se o alvo a abater, foram orquestradas campanhas a todos os níveis: Jornais, comentadores, políticos, televisão. A coação por algumas chefias e administrações fez-se sentir. Mas os ENFERMEIROS dos Blocos Operatórios aguentaram estoicamente. Voltaram a caír muitas máscaras a estes actores.

Veio o Natal, Ano Novo e Reis e com isso, os Sindicatos, movimentos e os ENFERMEIROS deram uma trégua ao Governo, no sentido de levar a bom porto as negociações. O Governo e a Ministra da Saúde, Profª. Doutora Marta Temido, numa posição narcisista, prepotente e autoritária, recorreram a pedidos de pareceres da PGR, ao insulto e à má-criação, onde o Primeiro-Ministro, Dr. António Costa, foi o grande responsável e interveniente. Caíram-lhes as máscaras. As negociações romperam-se. A “Greve–Cirúrgica 2” instalou-se. As Administrações Hospitalares instrumentalizadas, recorrendo a expedientes e estratagemas alegam o não cumprimento de serviços mínimos. O Governo decreta a “Requisição Civil”, dizem os Advogados, de forma ilegal. Questiona-se o crowdfunding e a sua legalidade, questiona-se tudo, menos o mais importante, que é o porquê da razão dos ENFERMEIROS PORTUGUESES chegarem a este extremo?

Acresce a todo este desfilar de acontecimentos e demonstrando-se incapaz de controlar o que quer que seja, e tendo perdido o “comboio” que tentou fazer “descarrilar”, o SEP, vem em declarações, completamente “encostado às cordas”, dizendo que nunca financiou greves nestes termos, muito menos as dos ENFERMEIROS! É o descrédito total para este Sindicato!

Portanto, este sábio tempo, fez cair as máscaras do SEP, do PCP, do BE, do PS, do PSD, do CDS e de muitos outros políticos, comentadores, jornalistas e criadores de “fake news”.

Até o Sr. Presidente da República vendido ao mediatismo bacoco de selfies efêmeras, de uma agenda política da esquerda e de uma sobrevivência à sua própria forma demagoga de “investigue-se primeiro e conclua-se depois”, toma partido e trai a isenção que deve ter, em favor da conjuntura partidária e do governo. Não soube ser um Presidente de todos os Portugueses, que alguns também são ENFERMEIROS. Caíu mais uma máscara!

O tempo dará mais respostas e, fará cair, mais mascaras!

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. Assim o queiramos e saibamos sê-lo!

Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2019.02.09 – 20h30

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